Maduro anuncia reforma constitucional para "ampliar a democracia" e enfrenta críticas da oposição

Medida visa redefinir o Estado venezuelano em meio a contestação internacional sobre sua legitimidade
Por: Brado Jornal 16.jan.2025 às 08h56
Maduro anuncia reforma constitucional para
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na quarta-feira (15) a criação de uma comissão para realizar uma ampla reforma na Constituição de 1999, justificando a necessidade de "ampliar a democracia" e "construir um novo Estado". A declaração ocorre apenas cinco dias após sua posse para um terceiro mandato consecutivo, em um processo eleitoral contestado por opositores e diversas nações, que consideram Edmundo González, da Plataforma Unitária Democrática, como o legítimo vencedor da eleição.

“Sou a garantia da própria existência da República, não exagero nem um milímetro”, afirmou Maduro em tom enfático, ao apresentar ao Parlamento o balanço de seu governo.

Plano de reforma e os próximos passos

Segundo Maduro, a proposta da reforma busca "democratizar até o infinito" a vida política e social da Venezuela e estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do país pelos próximos 30 anos. Entre as metas, o presidente destacou a criação de "uma nova economia autossustentável, diversificada e não dependente".

A comissão encarregada da reforma será presidida pelo procurador-geral Tarek William Saab, que participou da elaboração da Constituição de 1999, e terá como integrante a vice-presidente e esposa de Maduro, Cilia Flores. O projeto será submetido a um referendo ainda em 2025, além de passar por um pacote de leis complementares.

Reações e cenário internacional

Embora Maduro tenha prometido "harmonizar e unificar a Venezuela em torno de um projeto comum", o anúncio reforça divisões internas e alimenta críticas de opositores, que acusam o governo de tentar consolidar ainda mais o poder do Partido Socialista Unido da Venezuela.

Internacionalmente, a legitimidade de Maduro segue questionada. A vitória nas urnas foi rejeitada pelos Estados Unidos, União Europeia e diversos países latino-americanos, que reconhecem Edmundo González como vencedor.

Forças Armadas em alerta

Maduro também enviou um recado às Forças Armadas, pedindo que “não baixem a guarda” em defesa da República. Analistas interpretam o discurso como uma tentativa de reafirmar o controle militar em meio a tensões políticas.

Uma nova era ou continuidade autoritária?

Enquanto Maduro defende a reforma como um passo em direção à modernização democrática, críticos temem que a medida seja usada para concentrar ainda mais poder e perpetuar a hegemonia do chavismo. A promessa de democratização será testada nos próximos meses, quando o projeto de reforma constitucional começar a ser debatido.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Trump sinaliza possível diálogo com Maduro em meio ao escalada de tensão na Venezuela
Governo americano mantém ofensiva contra cartéis de drogas enquanto considera negociações com o regime de Caracas
Carregando..