O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez polêmicas declarações durante uma reunião ministerial transmitida ao vivo nesta quarta-feira (5), defendendo a legalização da cocaína. Petro argumentou que a cocaína não é mais prejudicial que bebidas alcoólicas como o uísque e que a proibição global da substância tem motivações geopolíticas e econômicas, especialmente devido à sua produção na América Latina.
Segundo o presidente, legalizar a cocaína poderia desmantelar o tráfico internacional de drogas e contribuir para a paz mundial. "Se um quer a paz, tem que desmantelar o negócio [do narcotráfico]", afirmou. Petro também sugeriu que, se a cocaína fosse legalizada, poderia ser comercializada da mesma forma que vinhos.
Em sua comparação com o fentanil, uma droga sintética que tem causado uma crise de overdose nos Estados Unidos, Petro destacou que o fentanil "sim está matando os americanos, e isso não se faz na Colômbia". O presidente afirmou que o fentanil surgiu como um medicamento desenvolvido por empresas farmacêuticas norte-americanas e, com o tempo, levou à dependência dos consumidores.
A declaração de Petro ocorre em meio ao aumento da produção de cocaína na Colômbia, que atingiu um recorde de 2.600 toneladas anuais em 2023, segundo a Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). A Colômbia segue sendo o maior exportador mundial da droga, apesar das décadas de esforços no combate ao narcotráfico, com apoio dos Estados Unidos.
Além das polêmicas declarações sobre a legalização da cocaína, a reunião ministerial também evidenciou uma crise interna no governo de Petro. A insatisfação de ministros com recentes nomeações e investigações sobre corrupção resultou em várias demissões, incluindo o chefe do Departamento Administrativo da Presidência (DAPRE), o ministro da Cultura e outros altos funcionários do governo. Petro, que tem tentado promover negociações com grupos criminosos armados financiados pelo narcotráfico, enfrenta desafios tanto internos quanto externos em seu governo.
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