O ator espanhol Javier Bardem, indicado ao Emmy por sua atuação na série "Monsters: The Lyle and Erik Menendez Story", onde interpreta José Menendez, aproveitou o tapete vermelho da premiação, realizada no domingo (14 de setembro de 2025) em Los Angeles, para manifestar apoio à causa palestina. Vestindo uma kufiya, o tradicional lenço palestino, ele criticou publicamente o que chamou de genocídio em Gaza e defendeu medidas contra Israel, em um momento que destacou o engajamento político de celebridades na 77ª edição dos Emmy Awards.
Bardem, que também concorre na categoria de melhor ator coadjuvante em série limitada ou antológica, enfatizou sua posição ao falar sobre a iniciativa Film Workers for Palestine, da qual faz parte ao lado de mais de 1.400 profissionais da indústria cinematográfica e televisiva. Essa carta de compromisso, assinada por nomes como Joaquin Phoenix, Pedro Pascal, Mark Ruffalo, Olivia Colman, Tilda Swinton, Guillermo del Toro e diretores como Yorgos Lanthimos e Ava DuVernay, declara que os signatários não trabalharão com instituições ou empresas israelenses envolvidas no que descrevem como "genocídio e apartheid contra o povo palestino". Exemplos de cumplicidade incluem "camuflar ou justificar o genocídio e o apartheid e/ou firmar parcerias com o governo que os comete", conforme o documento.
Em entrevista no tapete vermelho, Bardem esclareceu que a iniciativa não visa indivíduos por sua identidade, mas sim companhias e instituições cúmplices. "Film Workers for Palestine não se dirige a nenhum indivíduo basándose en su identidad. Los objetivos son essas compañías e instituições cinematográficas que são cómplices e blanqueam ou justificam o genocídio e seu regime de apartheid. Nós apoiamos àqueles que estão ajudando e sendo um apoio para o povo oprimido", disse ele, respondendo a críticas de estúdios como a Paramount. O ator acrescentou: "Estou aqui hoje denunciando o genocídio em Gaza. Estou falando da IAGS, a Associação Internacional de Estudiosos do Genocídio, que estuda cuidadosamente o genocídio e declarou que é um genocídio. Essa é a razão pela qual pedimos um bloqueio comercial e diplomático, além de sanções a Israel para deter o genocídio. Palestina livre".
Essa não é a primeira vez que Bardem se posiciona publicamente sobre o conflito. Em setembro de 2024, durante o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, onde recebeu o Prêmio Donostia, ele denunciou em uma coletiva de imprensa que o governo israelense cometia "crímenes contra la humanidad" em Gaza. Mais recentemente, em 2025, durante a turnê promocional do filme "F1", o ator usou entrevistas em programas como The View para expressar seu apoio à Palestina, afirmando que "não podemos esquecer o que está acontecendo no mundo real" em meio às celebrações do cinema. Ele também questionou: "Quantas centenas de milhares de crianças mortas precisam sofrer para as pessoas acordarem?".
O protesto de Bardem ecoou entre outras estrelas na cerimônia. A atriz Hannah Einbinder, ao aceitar um Emmy por "Hacks", gritou "Free Palestine" em seu discurso, usando um pino vermelho de Artists4Ceasefire que clama por um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas. Megan Stalter, também de "Hacks", usou um pino similar no tapete vermelho. No mesmo dia do evento, relatos indicavam que mais de 40 pessoas haviam morrido em Gaza, principalmente em bombardeios israelenses no norte da Faixa. A manifestação de Bardem reforça um movimento crescente em Hollywood por um cessar-fogo e sanções, transformando o Emmy em uma plataforma para debates sobre o conflito no Oriente Médio.
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