Na noite de sábado, 27 de setembro, o Spaten Fight Night 2, realizado em São Paulo, terminou em tumulto após o confronto principal entre o tetracampeão mundial de boxe Acelino “Popó” Freitas e o ex-lutador de MMA Wanderlei Silva. O duelo, que deveria celebrar as carreiras dos dois atletas, foi interrompido no quarto round devido a infrações cometidas por Wanderlei, culminando em uma briga generalizada envolvendo as equipes de ambos os lutadores.
O combate, realizado no Espaço Arca e reconhecido pelo Conselho Nacional de Boxe (CNB) em formato especial fora do circuito profissional, terminou com a desclassificação de Wanderlei Silva. Durante a luta, o ex-campeão do Pride aplicou três cabeçadas em Popó, golpes proibidos nas regras do boxe, o que levou o árbitro a penalizá-lo com a perda de pontos e, posteriormente, a encerrar o confronto. A decisão gerou revolta, e membros das equipes invadiram o ringue, iniciando uma confusão que resultou em Wanderlei sendo nocauteado por um soco de Rafael Freitas, filho de Popó.
Wanderlei, de 49 anos, ficou desacordado por alguns minutos e foi levado ao Hospital São Luiz, na Zona Sul de São Paulo, onde passou por exames. Segundo Fabrício Werdum, amigo de Wanderlei, o lutador sofreu uma fratura no nariz e recebeu pontos no supercílio esquerdo, mas não apresentou lesões graves na cabeça ou coluna cervical. Após cerca de quatro horas em observação, ele recebeu alta, embora tenha relatado dores de cabeça, tontura e dificuldade para abrir o olho lesionado.
No dia seguinte, Popó usou as redes sociais para se pronunciar sobre o ocorrido, lamentando a violência e acusando a equipe de Wanderlei de iniciar o confronto. “Gostaria de pedir desculpa a vocês […] quando terminou a luta, que o árbitro desclassificou o Wanderlei pelas três cabeçadas que ele deu, o treinador dele foi pra cima de mim, me deu um soco e machucou muito”, afirmou o boxeador em vídeo. Ele também acusou Wanderlei de “jogo sujo” durante a luta, citando as cabeçadas e outros golpes irregulares.
Fabrício Werdum, apontado por Popó como um dos responsáveis pela confusão, rebateu as acusações. Em suas redes sociais, ele publicou um vídeo do tumulto e declarou: “Foi uma reação nossa, uma reação ao ataque deles, porque eles começaram a gritar e vieram para cima”. Werdum destacou que ele, Wanderlei, Thor Silva (filho de Wanderlei) e o treinador André Dida estavam em desvantagem numérica, enfrentando cerca de 20 pessoas da equipe adversária.
Outro nome presente no evento, Vitor Belfort, que inicialmente seria o adversário de Wanderlei, mas foi substituído por Popó devido a uma lesão, também se manifestou. Belfort criticou a conduta de Wanderlei, afirmando: “Mas o que me dá tristeza é que o Brasil inteiro viu essa vergonha. E, Wanderlei, você precisa pedir perdão, irmão, porque o que você fez não é certo”.A cervejaria Spaten, patrocinadora do evento, emitiu uma nota oficial em seu perfil no Instagram, repudiando os acontecimentos. “Acreditamos que o espírito esportivo e o respeito às regras devem sempre prevalecer. Reprovamos os eventos que ocorreram após o término da última luta, que não representam esses princípios. Continuaremos trabalhando para apoiar e elevar os valores do esporte e das artes marciais”, declarou a empresa.
O Spaten Fight Night 2, que misturou entretenimento e artes marciais em um evento de gala com plateia restrita a convidados e imprensa, registrou 14 pontos de audiência na transmissão da Globo em São Paulo. Além da luta principal, o card incluiu outros confrontos, como a defesa de título mundial de Beatriz Ferreira na categoria peso-leve e a vitória de Hebert Conceição pelo cinturão brasileiro peso-médio. Apesar do sucesso de público, o evento ficou marcado pelo desfecho caótico e pelas acusações mútuas entre os envolvidos.
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