Após consulta do governo, STF e Senado dizem que reajuste de 5% para servidores federais é possível

A Câmara dos Deputados ainda não informou uma posição
Por: Brado Jornal 12.mai.2022 às 13h58
Após consulta do governo, STF e Senado dizem que reajuste de 5% para servidores federais é possível
Foto: Ana Volpe/Agência Senado

O governo federal questionou os outros Poderes da República sobre a possibilidade de conceder reajuste salarial de 5% para os servidores públicos em ano eleitoral. Em resposta, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado confirmaram que o reajuste é possível com recursos próprios. A Câmara dos Deputados ainda não informou uma posição.

O ofício foi enviado pela Casa Civil, comandada pelo ministro Ciro Nogueira, e cita a intenção de conceder o reajuste, mas reconhece as “limitações existentes” na lei orçamentária. O documento consulta os poderes se há interesse na proposta e se há possibilidade de remanejamento de recursos dos próprios para bancar o aumento.


Respostas

Em resposta ao questionamento do Planalto, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, concordou com a proposta e apresentou os valores, por órgão do Judiciário, tendo por base a implantação da medida a partir de julho de 2022.

Caso o reajuste de 5% ocorra de fato, os custos, apenas com servidores do Judiciário, seriam de R$ 827 milhões. Desse total, a maior parte vai para a Justiça do Trabalho, com R$ 326 milhões. Fux listou, ainda, cortes em diversas áreas que precisariam ser feitos para cobrir o impacto.

A Corte disse que há possibilidade de concessão dos valores por meio da realocação de recursos no STF e em outros tribunais do Poder Judiciário, sem necessidade de aumento do orçamento corrente.

O Senado Federal informou que a medida causará impacto de R$ 89 milhões a partir de eventual aumento concedido no mês de julho. No cálculo anual, os valores sobem para R$165 milhões.

Segundo a Casa, por se tratar de alteração orçamentária com indicação de recursos compensatórios, não haverá modificação do total do gasto autorizado para o Senado para despesas primárias.

“Ressaltamos que a suplementação das programações de pessoal de despesas poderá ser custeada pelo cancelamento de dotações do próprio Senado”, diz o documento, assinado pela diretora Ilana Trombka.


Reajuste salarial

No final de abril, o governo decidiu conceder reajuste no salário de 5% para todos os servidores públicos federais. O percentual foi definido durante reunião entre Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes (Economia).

Para cumprir o reajuste, o Executivo terá de diminuir os recursos de outros setores do governo. De acordo com a Lei Orçamentária de 2022, apenas R$ 1,7 bilhão podem ser usados para correções neste ano. Os 5% vão fazer com que o governo tenha de gastar até R$ 6,3 bilhões com a medida.

A tendência é que os R$ 4,6 bilhões que faltam sejam retirados das chamadas despesas discricionárias, pois o governo federal tem a liberdade de decidir como e quando utilizá-las. Para este ano, o Executivo pode gastar R$ 133,9 bilhões em despesas discricionárias.

A possibilidade do reajuste salarial foi discutida, inicialmente, por Bolsonaro para agentes de segurança pública. No entanto, outras categorias, como servidores do Banco do Brasil e Receita Federal, demonstraram insatisfação.

O reajuste, que ainda não saiu do papel, virou alvo de reclamações entre diversas categorias e Bolsonaro, inclusive com paralisações de servidores. Recentemente, o presidente reconheceu o impasse e afirmou que a alternativa de conceder 5% de aumento “desagrada a todo mundo”.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Deputados do PL no Rio de Janeiro são alvos de operação da PF por suspeita de desvio em cotas parlamentares
Buscas cumprem mandados em endereços ligados a Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy
Tensão interna no governo Lula após acordo de Jaques Wagner no PL da dosimetria
Líder do Senado admite articulação sem aval do Planalto e gera atrito com Gleisi Hoffmann
Pesquisa Genial/Quaest revela rejeição à nomeação de Jorge Messias para o STF
Levantamento indica menor resistência em comparação à indicação anterior de Lula à Corte
Capitão Alden rejeita apoio a ACM Neto no governo da Bahia
Deputado prioriza palanque para Flávio Bolsonaro e condiciona aliança a destaque do PL
Cassação de mandatos de Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro gera críticas na oposição
Ex-diretor da Abin foi condenado pelo STF por envolvimento em trama golpista, enquanto filho de ex-presidente perdeu cargo por excesso de ausências
Congresso Nacional analisa Orçamento de 2026 nesta sexta-feira
Sessão conjunta inclui PLOA e 20 projetos de créditos adicionais para 2025
Carregando..