João Doria (PSDB), que ficou conhecido pelas grandes ações de marketing na política, realizou um ato de desistência, nesta segunda-feira (23), que foi carregado de simbologia, em um verdadeiro clima de velório ao lado da esposa e integrantes do PSDB, como o presidente do partido, Bruno Araújo.
O ex-governador de São Paulo leu um discurso pronto através de teleprompter, e culminou com a imagem que sintetiza o isolamento dele no partido: um abraço em si mesmo.
“Serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito essa realidade com a cabeça erguida, sou um homem que respeita o bom senso, o diálogo e o equilíbrio mesmo que ele seja contrário à minha vontade”, afirmou Doria.
“O PSDB saberá tomar a melhor decisão do seu posicionamento para as eleições deste ano. Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma lavada”, continuou.
Em um abraço deslocado, cumprimentou Araújo, um dos protagonistas da desistência do pré-candidato à Presidência. Doria abre mão da corrida após a cúpula do partido indicar que endossaria o nome da senadora Simone Tebet, do MDB, como representante da terceira via.
“Agora a responsabilidade de Simone Tebet aumenta nesse conjunto, num momento em que João Doria faz uma entrega, num momento tão importante como esse. A partir de agora, inicia-se uma nova etapa”, declarou Araújo.
A saída de Doria não apaziguou os ânimos no PSDB. Uma reunião da Executiva Nacional que estava marcada para a terça-feira (24), foi cancelada, pois não há acordo sobre qual deve ser o caminho a seguir.
A divergência se dá entre aqueles que defendem o apoio à candidatura de Tebet e os que acreditam que o PSDB deve lançar nome próprio ao planalto. Nesse cenário, o nome mais forte seria o do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
O presidente do PSDB afirmou que uma candidatura presidencial do partido é assunto vencido e que a aliança com MDB e Cidadania é absolutamente fundamental. O dirigente também deu um recado para as alas da legenda que ainda defendem uma candidatura própria. Mas terá de vencer a resistência de tucanos de peso como Aécio Neves e Arthur Virgílio.
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