Falando publicamente pela primeira vez após as punições do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal – STF, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) participou do programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, e falou sobre o início de sua prisão e condenação pelos ataques às instituições.
Durante a entrevista, Silveira disse que não se arrepende do vídeo que deu início à investigação. “Acho que exagerei no tom, não nas falas. Foi um momento único e passional. Dizem que ‘há você exagerou, toma dez anos’, mas o ministro relator, quando fez os cálculos da pena, ele disse ‘em respeito ao sistema trifásico, esse cálculo não é matemático é filosófico’. Eu pensei que seria 30 anos no mínimo, aí o ministro Barroso disse que ‘daria mais’, e o que é isso? Não se faz mais as contas das penas?”, declarou.
O deputado ainda comentou que a resposta de Moraes foi exagerada. “Acho que o Alexandre de Moraes se sentiu insultado porque foi a vítima, o investigador e o julgador, isso até dá nulidade do processo. Mas ele deveria ir no seu advogado e falar que queria abrir um processo contra mim, por injúria, isso deveria ter sido feito”, completou.
“Foi um vídeo de 19 minutos e quando eu uso uma fala muito usada no Sul, que é ‘surra de gato morto até miar’, isso não vai acontecer porque um gato morto não vai miar. Isso é uma figura de linguagem, disseram ‘isso é uma ameaça a democracia’, essa narrativa é ridícula, foi utilizada de forma tão vil pela imprensa e chega até a emburrecer a sociedade que pensa que é um crime. Quem não conhece direito vai pensar ‘nossa, xingar ministro é crime inafiançável, vou ficar quieto’ isso é uma mordaça, usa o medo como adulto social e as pessoas aceitam”, disparou.
Silveira também falou sobre a nova punição do STF, relacionado ao bloqueio das contas de sua mulher Paola. “Está na lei, a pena não passará da pessoa do condenado. O art. 107 da Constituição prevê que graças a anistia e indulto, ela vai extinguir a punibilidade e basta a publicação para que o Judiciário tome a decisão. Ela não é ré em nenhum inquérito, e ele [Moraes] acaba a atacando dessa maneira. Juridicamente não deveria ocorrer em hipótese alguma. Ela passou o cartão de débito, com dinheiro em conta, e não passou. Quando foi ver tinha bloqueio judicial. Nem eu, nem ela sabemos o que fazer até agora”, desabafou.
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