"Não há razão para greve estar durando o tempo que está", diz Lula a reitores

O presidente disse que a proposta do governo é “irrecusável” e que não se pode ficar de greve a vida toda por 3% ou 4%
Por: Brado Jornal 10.jun.2024 às 13h16
Ricardo Stuckert/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou “coragem” nesta segunda-feira (10) dos sindicatos da educação superior para acabarem com a greve nas universidades e institutos federais. Ele afirmou que a proposta do governo é “irrecusável” e que não se pode ficar de greve a vida toda por 3% ou 4%.

Em evento que anunciou R$ 4 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento para a educação superior, totalizando R$ 5,5 bilhões na área, Lula declarou que não há razão para a greve estar durando tanto tempo. Ele citou sua época como líder sindical, quando sempre tentava o “tudo ou nada”, e que muitas vezes ficou com “nada”.

“Eu acho que nesse caso da educação, se vocês analisarem no conjunto da obra, vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor. Quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros. É isso que se precisa levar em conta. Não é  3%, 2%, e 4% que a gente fica a vida inteira de greve”, disse.

O presidente afirmou que é preciso ter coragem para iniciar uma greve, mas também para terminá-la. Porque, segundo ele, as greves têm um tempo para começar e outro para terminar. Não se pode deixar que “morram de inanição”, declarou.

“O montante de recurso que a companheira Esther [Dweck, ministra da Gestão] colocou à disposição é um montante de recursos não recusável”, afirmou.

O ponto central para os docentes parados é o salário. Mais verba para as universidades não resolve a questão. Entidades insatisfeitas com a proposta de reajuste do governo, como o Andes e o Sinasefe, nem foram chamadas.

Os sindicatos veem o presidente distante e abandonando o compromisso com o setor, que o apoiou nas eleições. Há frustração com o governo por “priorizar” a Proifes, única entidade que aceitou a proposta do Executivo para reajuste e reestruturação de carreira.

A Proifes publicou em seu site oficial uma explicação do porquê aceitou o acordo do governo. No texto, diz que foi a opção menos pior.

“Foi opção mais acoplada na ideia do ‘melhor do pior’, do que apostar numa negociação que não teria resultados práticos, tendo em vista que o governo já definiu —e não só para a categoria da Educação—, que o orçamento de 2024 estava esgarçado até o limite”, diz a entidade em sua página.

Segundo o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), há 62 instituições de ensino superior federal paralisadas atualmente e mais 3 param nesta 2ª feira (10.jun). Pedem reajuste e reestruturação de carreira melhores que as propostas pelo governo.

O Ministério da Gestão e Inovação, entretanto, diz que encerrou as negociações com os professores com a proposta de 15 de maio. Além dos reajustes salariais, também propôs mudanças nas carreiras. O impacto estimado é de R$ 6,2 bilhões durante este período até 2026.



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