8/1: Governo Lula articula bastidores para barrar urgência da anistia

Estratégia mira brechas no regimento da Câmara e tenta reverter assinaturas para impedir tramitação acelerada do projeto
Por: Brado Jornal 16.abr.2025 às 09h38
8/1: Governo Lula articula bastidores para barrar urgência da anistia
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está mobilizando sua base e articulando uma estratégia de bastidor para impedir o avanço do projeto que concede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A ofensiva, revelada pela colunista Malu Gaspar, do O Globo, busca evitar que o requerimento de urgência para votação do texto seja aceito pela presidência da Câmara dos Deputados.

O plano do Palácio do Planalto envolve tanto a atuação da Secretaria de Relações Institucionais, comandada por Alexandre Padilha, quanto a articulação direta da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. O objetivo central é encontrar brechas no regimento interno da Câmara que deem ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), margem para barrar o avanço do requerimento de urgência — mesmo com 262 assinaturas já protocoladas pelo líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ).

De acordo com o regimento, para que um pedido de urgência seja retirado, é necessário que mais da metade dos deputados que o assinaram concordem com a revogação. Na prática, o governo teria que convencer ao menos 132 parlamentares a voltarem atrás e retirarem suas assinaturas.

Contudo, aliados do Planalto estudam uma interpretação alternativa: a retirada parcial das assinaturas — mesmo que de apenas 20 ou 30 nomes — poderia ser usada como argumento para que Motta declare a perda de legitimidade do requerimento, uma medida que abriria espaço para que a votação seja adiada indefinidamente.

A articulação escancara o embate político em torno do projeto, que tem no PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu principal defensor. A proposta de anistia enfrenta forte resistência de setores do Judiciário, de entidades da sociedade civil e da própria base governista, que enxergam na medida uma tentativa de apagar os efeitos de um dos episódios mais graves da história democrática recente do país.

Com o Congresso pressionado e a opinião pública dividida, a definição sobre o futuro da urgência pode se tornar um teste decisivo para a liderança de Hugo Motta e para a força de articulação do governo Lula na Câmara.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Banqueiro Augusto Lima, preso em operação da PF, e esposa Flávia Arruda foram homenageados na Alba por deputado do PL baiano
Em novembro de 2023, Augusto Ferreira Lima e sua esposa, Flávia Arruda (ex-deputada federal e ex-ministra da Secretaria de Governo no governo Jair Bolsonaro), foram homenageados na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
Prefeito de Belém ataca chanceler alemão por fala que gera memes
Líder paraense rebate declaração de Merz como discriminatória, enquanto governador apoia e redes sociais ironizam com protesto virtual
STF inicia prazo final para recursos de Bolsonaro após publicar acórdão
Primeira turma rejeitou embargos anteriores por unanimidade; defesa ainda pode tentar embargos de declaração e infringentes
Carregando..