Ex-primeira-dama do Peru pede asilo ao Brasil após ser condenada por lavagem de dinheiro

Nadine Heredia foi condenada a 15 anos de prisão junto com o ex-presidente Ollanta Humala
Por: Brado Jornal 16.abr.2025 às 08h36
Ex-primeira-dama do Peru pede asilo ao Brasil após ser condenada por lavagem de dinheiro
Reprodução/Redes Sociais

A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, pediu asilo diplomático ao Brasil nesta terça-feira (15), horas depois de ser condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, no escândalo de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que Heredia se encontra na Embaixada brasileira em Lima, capital peruana.

A informação foi posteriormente corroborada pelo Itamaraty peruano, que declarou que o pedido foi feito "de acordo com a Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954", tratado internacional do qual Brasil e Peru são signatários.

“Ambos os governos estão em comunicação constante sobre esta situação”, afirmou o governo peruano em nota oficial.


Condenação no caso Odebrecht

Nadine Heredia foi condenada junto ao ex-presidente Ollanta Humala (2011–2016), também sentenciado a 15 anos de prisão pelo mesmo esquema. A Justiça peruana os considerou culpados por receberem recursos ilícitos da Odebrecht para a campanha presidencial de 2011.

O julgamento durou três anos, e, durante todo o processo, o casal alegou estar sendo alvo de perseguição política. Ainda que possam recorrer da decisão, a prisão foi decretada com execução imediata.


Contexto político e diplomático

O pedido de Heredia pode reacender debates sensíveis sobre relações diplomáticas e asilo político na América Latina. O Brasil já teve episódios semelhantes, como o do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, que ficou abrigado na embaixada brasileira em La Paz por mais de um ano em 2012.

A concessão ou recusa do asilo dependerá agora da avaliação do governo brasileiro, que deve considerar aspectos jurídicos, diplomáticos e humanitários.


Um caso com repercussão regional

Ollanta Humala se torna o segundo ex-presidente do Peru a ser preso no âmbito do escândalo da Lava Jato — e o quarto a ter seu nome envolvido no caso Odebrecht. A empreiteira brasileira, renomeada como Novonor desde 2020, admitiu ter financiado campanhas políticas em diversos países latino-americanos em troca de contratos públicos.

Heredia, considerada uma figura central nas decisões do governo Humala, foi apontada pelo Ministério Público como responsável direta pela gestão dos recursos ilegais recebidos durante a campanha.

Nos próximos dias, a Justiça peruana dará continuidade à leitura completa da sentença. Enquanto isso, a permanência de Heredia sob proteção da Embaixada do Brasil em Lima coloca o governo brasileiro diante de uma decisão diplomática delicada, com possíveis repercussões bilaterais e regionais.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Esquema "DESCONTÃO" do INSS: Cecília Mota é investigada por lavagem de dinheiro em operação da PF
Entre janeiro e novembro de 2024, Cecília realizou 33 viagens ao exterior, além de oito em 2023, acompanhada por seis pessoas que receberam transferências de suas empresas.
Ausência de Alexandre de Moraes em sessão do Senado gera críticas
Como o convite não era obrigatório, Moraes não compareceu.
PDT no governo Jerônimo, a vitória estratégica de ACM Neto e a ingratidão de Félix Mendonça
ACM Neto, que consolidou uma federação entre União Brasil e PP, garantindo um peso político muito maior à oposição.
Jair Bolsonaro prevê alta da UTI para sábado
De acordo com o boletim médico mais recente, Bolsonaro evolui bem, aceitando líquidos e começando a ingerir gelatina.
Efeito Lula: desemprego avança e Brasil amarga criação pífia de vagas em março; queda de 70%
Reflete uma queda de 70,83% em relação a março de 2024, quando foram criados 245.395 postos.
Carregando..