O impasse em torno do Ministério das Comunicações ganhou novos contornos nesta quarta‑feira (23) com a troca pública de acusações de “desrespeito” entre o Palácio do Planalto e o União Brasil. A tensão subiu depois de o líder da sigla na Câmara, Pedro Lucas (MA), declinar do convite para chefiar a pasta, vago desde a demissão de Juscelino Filho.
O que diz o governo
Nos bastidores, assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificaram a recusa como “desleal” e acusam o União de inflar o desgaste político ao protelar a resposta por quase duas semanas. O Planalto avaliava entregar a pasta como gesto para garantir votos em projetos econômicos no Congresso.
A réplica do União Brasil
Caciques do partido, porém, devolvem a crítica: alegam que o governo tem “desprestigiado” a legenda ao negociar o substituto de Juscelino apenas com o senador Davi Alcolumbre (AP), sem consultar o presidente nacional do União, Antonio Rueda. “Lula ouviu líderes de outras siglas quando fez mudanças ministeriais. Por que seria diferente conosco?”, questiona um dirigente.
Risco de “efeito PP”
Dirigentes insinuam adotar a estratégia do PP de Ciro Nogueira — que trata a presença de filiados no governo como escolha pessoal de Lula, e não compromisso partidário. O movimento ganha força com a negociação avançada para uma federação entre União e PP, o que reduziria ainda mais a responsabilidade da sigla sobre eventuais ministros indicados pelo presidente.
Próximos passos
Por ora, o Ministério das Comunicações segue acéfalo, exibindo a fragilidade da coalizão governista e mostrando que, na disputa por espaços, a palavra “desrespeito” é usada por todos os lados.
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