O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) será alvo de uma ação judicial da Advocacia Geral da União (AGU) por associar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). A decisão foi anunciada pelo ministro da AGU, Jorge Messias, em entrevista ao Metrópoles, que confirmou que o caso será levado à esfera criminal.
A iniciativa da AGU foi motivada por uma postagem de Flávio em uma rede social, já removida, que exibia uma montagem com uma foto de Lula detido pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) durante a ditadura militar, ao lado de Marcos Herbas Camacho, conhecido como Marcola, e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Na legenda, o senador escreveu: “PT, PCC e CV: as três facções mais perigosas do Brasil”. Segundo integrantes do governo, a publicação ataca a honra de Lula e desrespeita a dignidade do cargo presidencial, justificando a representação que será encaminhada à Procuradoria Geral da República (PGR).
A relação entre facções criminosas e o PT já foi explorada por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) antes das eleições de 2022, como tentativa de enfraquecer a imagem de Lula. O tema ganhou destaque em 1º de julho de 2022, quando a revista Veja publicou trechos de um depoa, mencionando supostas ligações entre o PT e o PCC, baseadas em depoimentos que alegavam chantagem contra Lula para ocultar esquemas de arrecadação ilegal.
Políticos alinhados ao bolsonarismo também criticaram o governo Lula por não classificar o PCC e o CV como organizações terroristas. Em uma reunião em Brasília, com a participação de autoridades brasileiras e uma delegação dos EUA liderada por David Gamble, representantes do Ministério das Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal defenderam que a legislação brasileira não enquadra essas facções como terroristas, pois suas ações visam lucro por meio de atividades ilícitas, não uma causa única.
Os EUA, por sua vez, informaram que o FBI identificou atividades do PCC e do CV em 12 estados americanos, incluindo lavagem de dinheiro. A Embaixada dos EUA negou vistos a 113 brasileiros ligados a essas facções, segundo os representantes americanos.
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