Os investigados na trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 30 réus, estão recorrendo a estratégias jurídicas baseadas na “teoria Zanin” para tentar reverter as acusações no julgamento em curso. Inspirada nas táticas do advogado Cristiano Zanin, que questionou a legitimidade da Operação Lava-Jato em defesa do ex-presidente Lula, a abordagem busca desqualificar a investigação e anular o inquérito, desafiando a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) e acordos de colaboração, como o firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid com a Polícia Federal.
A “teoria Zanin” ganhou destaque ao apontar supostas falhas processuais na Lava-Jato, e os advogados de Bolsonaro tentam replicar essa estratégia para questionar o que chamam de julgamento injusto. Apesar de o STF ter rejeitado repetidamente essas teses, a defesa insiste, acreditando que cada negativa abre novas possibilidades para reabrir o caso. Um advogado afirmou que “é preciso persistir, pois, em algum momento, a percepção pode mudar”, destacando a esperança de que um cenário político mais favorável influencie as decisões judiciais.
O contexto político é visto como determinante. A defesa aposta que mudanças no ambiente político podem atrair apoio de figuras influentes, como ocorreu com Lula. Menções ao ministro Cristiano Zanin, hoje na Primeira Turma do STF, são frequentes nas discussões dos advogados, que enxergam paralelos entre as manobras bem-sucedidas em favor de Lula e o caso atual.
A decisão unânime da Primeira Turma do STF em aceitar a denúncia contra Bolsonaro e sete aliados, por envolvimento na tentativa de golpe, intensificou as críticas da defesa, que contesta a deliberação. Ministros como Alexandre de Moraes e Flávio Dino reforçam que o caso reflete uma ameaça à democracia brasileira, com Moraes afirmando que as acusações contra Bolsonaro são um “reflexo de ataques à democracia”. Apesar disso, os advogados mantêm a estratégia, buscando alterar a percepção pública e judicial.
A batalha jurídica, que testa os limites do sistema legal brasileiro, permanece incerta. A narrativa da trama golpista transcende o tribunal, envolvendo questões de integridade democrática. Enquanto os réus tentam se beneficiar de táticas processuais inspiradas em casos anteriores, o desfecho do julgamento de Bolsonaro e seus aliados segue indefinido, mas a disputa legal está longe de terminar.
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