Na quarta-feira, 21 de maio de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido com entusiasmo durante a 26ª Marcha dos Prefeitos, realizada no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. O evento, que reúne anualmente milhares de prefeitos, vereadores e gestores municipais para discutir pautas do municipalismo, tornou-se palco de uma calorosa manifestação de apoio a Bolsonaro, com gritos de “mito” e “volta, Bolsonaro!” ecoando em diversos momentos de seu discurso. A cena contrastou diretamente com o ocorrido no dia anterior, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou vaias no mesmo evento.
Bolsonaro, que retornou aos holofotes públicos após um período de internação de 22 dias devido a uma cirurgia para correção de uma obstrução intestinal, aproveitou a oportunidade para reforçar sua conexão com o público presente. Em tom leve, ele brincou sobre sua popularidade: “Para quem já saiu do cargo, acho que estou bem na fita, não é?”, arrancando risadas e aplausos dos presentes. A frase reflete o carisma que ainda mobiliza sua base de apoiadores, especialmente entre gestores municipais alinhados ao PL e a movimentos conservadores.
Em seu pronunciamento, o ex-presidente destacou sua paixão pelo Brasil e negou qualquer “obsessão pelo poder”. “O que me move é o amor pelo nosso país. Se for da vontade de Deus, estarei pronto para ser uma opção. Que o melhor governo venha”, declarou, sinalizando sua disposição para retornar ao cenário político em 2026, possivelmente como candidato à Presidência ou a outro cargo relevante. A menção à “vontade de Deus” reforça o discurso que marcou sua trajetória, apelando a valores religiosos que ressoam com parte de seu eleitorado.
A ovação a Bolsonaro na Marcha dos Prefeitos evidencia a polarização política que persiste no Brasil. Enquanto Lula enfrentou resistência no dia anterior, com vaias em pelo menos três momentos, a recepção calorosa ao ex-presidente sugere que ele mantém uma base fiel, especialmente entre lideranças locais. A presença de Bolsonaro no evento, aliás, foi estratégica para o PL, que busca consolidar sua influência entre prefeitos e vereadores, mirando as eleições municipais e a construção de uma plataforma sólida para 2026.
Nos bastidores, aliados do ex-presidente destacaram que sua participação na Marcha reforça sua relevância no cenário político, mesmo após deixar a Presidência. O evento, organizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), é uma vitrine para articulações políticas, e a presença de figuras como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no mesmo contexto, sublinha a importância do encontro para o diálogo entre diferentes esferas de poder.
O contraste entre as reações a Lula e Bolsonaro na Marcha dos Prefeitos reflete o clima de divisão no país, com cada líder mobilizando sua base de apoio em um evento que, teoricamente, deveria priorizar pautas administrativas. Para o PL, a ovação a Bolsonaro é vista como um trunfo para fortalecer sua narrativa de oposição ao governo atual, enquanto o ex-presidente capitaliza sua popularidade para se manter como uma figura central na política nacional.
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