A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) teve seu nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, atendendo a solicitação da Polícia Federal. A medida foi tomada após a parlamentar deixar o Brasil, dias após ser condenada a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão falso contra o próprio Moraes no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
Na quarta-feira (4), Zambelli estava na Flórida, Estados Unidos, conforme informou sua assessoria. No mesmo dia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, e Moraes decretou, a prisão preventiva da deputada. Em nota, Zambelli criticou a decisão, classificando-a como “monocrática” e prometendo denunciar o que chamou de “perseguição política” em fóruns internacionais. “Vou expor essa escalada autoritária. Ministros do Supremo agem como imperadores, violando leis e silenciando vozes”, declarou.
Condenação e risco de perda de mandato
A condenação de Zambelli está relacionada à invasão do sistema do CNJ, o que também a coloca sob ameaça de cassação de seu mandato e inelegibilidade por oito anos. Essa restrição entrará em vigor após a publicação da sentença, independentemente de recursos, e a inelegibilidade será contabilizada após o cumprimento da pena, o que pode afastar a deputada da vida pública por pelo menos 18 anos. Ela ainda pode recorrer da condenação por meio de embargos de declaração.
Passaporte devolvido possibilitou saída do país
Em agosto de 2023, o STF, por ordem de Moraes, apreendeu o passaporte de Zambelli durante as investigações. Posteriormente, o documento foi devolvido, permitindo que a parlamentar deixasse o Brasil sem restrições. A decisão de Moraes de incluir Zambelli na lista da Interpol reforça a tentativa de localizá-la e garantir o cumprimento da prisão preventiva.
A situação da deputada intensifica o debate sobre as investigações envolvendo figuras públicas e a atuação do STF, enquanto Zambelli promete levar o caso a instâncias internacionais, alegando perseguição.
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