Uma reunião da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Lauro de Freitas, realizada na terça-feira, 10 de junho de 2025, terminou em tumulto e acusações mútuas de agressão entre os vereadores Gabriel Bandarra, conhecido como Tenóbio (PL), e Luciana Tavares (PCdoB). O incidente, registrado por câmeras de segurança e amplamente divulgado, gerou desdobramentos em um grupo de WhatsApp, onde Tenóbio criticou colegas por falta de apoio, enquanto lideranças locais responderam às suas declarações. Após o incidente, Tenóbio usou um grupo de WhatsApp para expressar sua indignação com a falta de apoio de colegas e lideranças políticas. Em um áudio, ele criticou o ex-superintendente da SEMOB, Gustavo Ferraz, chamando-o de “isentão” e questionando sua postura diante da agressão sofrida.
“Esse é outro isentão, sempre se colocou como isentão porque tem medo de se posicionar. Eu não quero entrar no debate de quem está errado, de quem está certo. Existe vídeo comprovando que uma pessoa foi agredida. Existe outro vídeo comprovando que uma pessoa foi furtada, e o cara não quer entrar no debate de quem tá certo, de quem tá errado. É esse tipo de político, de homem, que não honra a calça que veste, porque isso pra mim não é coisa de homem. Coisa de homem é se posicionar. [...] Quem honra as calças que veste se posiciona diante de uma injustiça, diante de uma agressão, diante de algo errado, se posiciona sem medo de perder voto, sem medo do que os outros vão dizer, se posiciona porque é o certo a se fazer.”
Gustavo Ferraz, que recentemente pediu exoneração do cargo na prefeitura, respondeu em outro áudio, rejeitando as acusações de covardia e criticando a conduta de Tenóbio. Ele destacou que mantém a mesma postura em outros conflitos na Câmara e acusou o vereador de personalizar desentendimentos, especialmente com Luciana Tavares. A transcrição do áudio de Ferraz inclui:
“Queria dizer para ele especificamente que eu não sou covarde. Covarde é quem fala dos outros pelas costas, quem desqualifica pessoas e depois na justiça é obrigado a voltar atrás, não é verdade? [...] A minha posição diante do que aconteceu na Câmara de Vereadores foi a mesma posição quando teve telequete com Wellington Negão, quando teve telequete com Loxa, e agora com a vereadora Luciana, que é uma pessoa que eu percebo que ele tem uma diferença quase que pessoal com ela. [...] A Câmara de Vereadores não é picadeiro, não é circo. É lugar sério pra se ter o debate de ideias sobre os projetos que a cidade precisa pra avançar.”
Mauro Cardim, ex-secretário municipal e pré-candidato ao governo da Bahia pelo partido Missão, também se manifestou em apoio a Ferraz. Em seu áudio, Cardim questionou a postura de Tenóbio em cobrar posicionamentos de outros líderes e sugeriu que o vereador reavalie suas ações:
“Queria aqui me solidarizar com Gustavo Ferraz, que de fato o vereador Tenóbio precisa reavaliar os caminhos por ele tomado. Querer cobrar posições de lideranças políticas, de vereadores, ou até mesmo da sociedade de Lauro de Freitas, por atos por ele cometido, é difícil. E ao mesmo tempo querer desqualificar fica foda. [...] Fica aí a pergunta para que o tempo mostre pra ele quem de fato está certo.”
Este não é o primeiro episódio de tensão envolvendo Tenóbio na Câmara de Lauro de Freitas. Em fevereiro de 2024, ele foi agredido com um tapa pelo vereador Loxa Lopes (PP) após troca de ofensas verbais, o que levou à suspensão da sessão. Em 2022, outro incidente envolveu Luciana Tavares e Tenóbio, quando a vereadora tentou impedir uma gravação feita por um assessor do vereador, resultando em acusações mútuas de agressão.
O Incidente na Câmara
A confusão teve início durante a discussão de um projeto de lei encaminhado pelo Executivo Municipal, que, segundo Tenóbio, visa combater a “dominação ideológica” nas escolas públicas. As imagens mostram Luciana Tavares tentando impedir a gravação feita por um assessor da Câmara, o que levou a uma escalada de tensões. Tenóbio, então, começou a filmar a situação com seu celular, irritando a vereadora. Segundo relatos, Luciana teria investido contra Tenóbio, agarrando-o pelo pescoço e tentando tomar o aparelho. O vereador acusou a colega de agressão física contra ele e seu assessor, registrando boletim de ocorrência na 23ª Delegacia Territorial (DT/Lauro de Freitas) e realizando exame de corpo de delito.
Em sua defesa, Luciana Tavares publicou nota afirmando ter sofrido “violência política de gênero” por parte de Tenóbio. Ela alega que o vereador a pressionou enquanto questionava o projeto de lei, aproximando-se com um celular para filmá-la e apontando o dedo em seu rosto. A vereadora também registrou boletim de ocorrência, e a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar os fatos.
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