Ato na Paulista expõe divisões entre bolsonaristas e ausência de aliados

A manifestação promovida por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, no último domingo (29.jun.2025), revelou tensões internas no bolsonarismo, com aliados do ex-presidente, inelegível até 2030, buscando responsáveis pelo público reduzido e apontando falhas na organização do evento
Por: Brado Jornal 01.jul.2025 às 08h03 - Atualizado: 01.jul.2025 às 08h06
Ato na Paulista expõe divisões entre bolsonaristas e ausência de aliados
Eduardo Knapp - 29.jun.25/Folhapress

A manifestação promovida por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, no último domingo (29.jun.2025), revelou tensões internas no bolsonarismo, com aliados do ex-presidente, inelegível até 2030, buscando responsáveis pelo público reduzido e apontando falhas na organização do evento. O ato, que reuniu 12,4 mil pessoas segundo o Monitor do Debate Político do Cebrap, ficou aquém de mobilizações anteriores, como os 44,9 mil em abril e os 185 mil em fevereiro do ano passado.

Críticas entre os bolsonaristas se intensificaram. Parte dos aliados questionou a ausência de figuras como Ciro Nogueira (PP), Antônio Rueda (União Brasil), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Michelle Bolsonaro, enquanto outros apontaram falhas na organização, que teria afastado políticos de centro-direita próximos ao grupo. Até sábado, esperava-se que Michelle e Nikolas discursassem ao lado de Bolsonaro.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível candidato ao Planalto em 2026, também foi alvo de críticas. Seu discurso, com gritos de “fora, PT” e sem menção ao STF, foi considerado oportunista por alguns, que esperavam maior apoio à defesa de presos como o general Walter Braga Netto, acusado de obstruir investigações sobre um suposto plano golpista liderado por Bolsonaro, segundo a PGR.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em vídeo nas redes sociais, pediu atenção aos detalhes do evento: “quem compareceu, quem não compareceu, como é que foram os discursos, quem é que faz o embate”. Ele, que está nos EUA desde março e é cotado como sucessor do pai em 2026, completou: “Essa é uma grande oportunidade para você aprender, porque foi ali um palco, não somente por um grito de liberdade, mas também um evento que não deixa de ser político. Então é para você acompanhar a política de perto, porque quem não escuta ‘cuidado’, depois ouve ‘coitado’”.

Michelle, que também disputa a indicação de Bolsonaro para 2026, justificou sua ausência por um compromisso do PL Mulher em Roraima. Organizadores, porém, disseram, reservadamente, que a viagem foi uma surpresa e não apareceu nas redes sociais. O site do PL Mulher indicava eventos futuros em Tocantins e Piauí, sem menção a Roraima. Nikolas Ferreira, por sua vez, explicou via assessoria: “Fui padrinho de casamento de uma prima, que morou comigo minha infância toda. Casamento marcado há meses. Não faltei a nenhuma outra manifestação. E com discursos contundentes”.

A reportagem tentou contato com Ciro Nogueira, Antônio Rueda e Michelle, mas não obteve resposta. As divisões expostas no ato reforçam os desafios do bolsonarismo para manter a coesão diante da inelegibilidade de seu principal líder.




📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Fábricas ilegais de armas em São Paulo e Minas Gerais fornecem fuzis ao Comando Vermelho no Rio de Janeiro
Esquema de produção industrial de fuzis falsos é desmantelado pela PF em operação que revela rede de suprimentos para facções criminosas
Ministro do STF agenda reunião com governador do Rio sobre operação em favelas
Alexandre de Moraes preside audiência com Cláudio Castro nesta segunda-feira
Júnior Friboi afirma que governo Trump absorveu visões enviesadas a respeito do Brasil
Irmão do empresário, Joesley, dialogou com o líder republicano antes de gestos positivos em direção a Lula; polarização interna e ambições políticas teriam afetado laços entre nações
Cláudio Castro defende classificação do Comando Vermelho como terrorista
Governador fluminense destaca exemplos de Argentina e Paraguai na luta contra facções criminosas transnacionais
Justiça apura contratações diretas da Prefeitura de Santo Estêvão em festas juninas
Prefeito Tiago da Central enfrenta inquérito civil e denúncias na Câmara Municipal
Partidos de esquerda solicitam apuração no Supremo sobre ação letal na capital fluminense
Legendas políticas denunciam abusos em operação que resultou em 121 óbitos e questionam o equilíbrio entre baixas e material bélico confiscado pela PM
Carregando..