A vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil) apresentou emendas parlamentares destinando R$ 1 milhão para a Secretaria de Segurança Urbana de São Paulo, visando adquirir um veículo blindado para a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e um canhão sonoro, conhecido como LRAD (Dispositivo Acústico de Longo Alcance). O equipamento, capaz de emitir sons de até 160 decibéis — mais intensos que a decolagem de um jato —, seria usado para dispersar multidões em bailes funk na periferia.
A solicitação de R$ 400 mil para o LRAD justifica seu uso em operações da GCM para conter eventos que perturbem o sossego público. O gabinete da vereadora destacou a versatilidade do equipamento: “É possível utilizar o LRAD para dispersar multidões, como, por exemplo, em um pancadão ilegal que perturbe o sossego público de madrugada”, informou a nota. “Nesse caso, a dispersão da multidão é feita de forma indolor e segura, tanto para o munícipe como para o policial municipal.” Além disso, o dispositivo serve como ferramenta de comunicação em emergências e controle de fluxo de pessoas.
Outros R$ 600 mil foram propostos para a compra de um carro blindado, que, segundo a equipe de Amanda, seria utilizado em conjunto com o LRAD. A Secretaria de Segurança Urbana informou que a aquisição do canhão sonoro passará por análise técnica do Departamento de Suprimentos da GCM. Caso não seja viabilizada, a pasta comunicará à vereadora como os recursos da emenda serão aplicados.
A questão dos bailes funk também está na mira da Câmara Municipal, que, em maio, criou a CPI dos Pancadões para investigar a fiscalização de festas clandestinas que causam perturbação. Para 2025, a Câmara destinou R$ 275 milhões à reserva de contingência, com cada um dos 55 vereadores recebendo R$ 5 milhões para emendas, conforme critérios do Executivo.
Amanda Vettorazzo é autora da Lei anti-Oruam, que veta a contratação de shows com recursos públicos que promovam apologia ao crime, em referência ao rapper Oruam, filho do traficante Marcinho VP, líder da facção Comando Vermelho, preso desde 2006. Em janeiro, a vereadora registrou um boletim de ocorrência contra o rapper, acusando-o de ameaça, injúria e difamação. Em vídeo nas redes sociais, ela alegou que Oruam incitou ataques contra seu perfil após a proposta da lei. O rapper respondeu em vídeo: “Nós canta o que nós vive”, disse. “Quando é um playboy cantando, fazendo apologia ao que não vive, ninguém fala nada.”
O projeto de lei, já aprovado por comissões e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), aguarda votação em plenário.
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