O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) anunciou um ato na avenida Paulista, em São Paulo, no dia 10 de julho, logo após o feriado de 9 de julho, para pressionar pela taxação dos super-ricos, proposta defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A manifestação, agendada nas proximidades do Masp, visa reforçar a narrativa de “nós contra eles”, com a esquerda representando os pobres e o Congresso associado à defesa dos ricos. O convite foi feito por Boulos em postagens no Instagram e no Facebook na quarta-feira (2.jul.2025).
O PT e seus aliados têm intensificado a discussão sobre a redistribuição da carga tributária no Brasil como parte de uma estratégia política para fortalecer Lula nas eleições de 2026. Desde 26 de junho, o partido lançou a campanha “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”, com um vídeo produzido por inteligência artificial que mostra um diálogo em um bar, questionando por que pessoas comuns pagam mais impostos do que consumidores de produtos de luxo. A campanha compara a divisão de uma conta no “Boteco do Brasa” à desigualdade tributária, defendendo que o “novo IR” corrigiria uma “injustiça histórica”.
Na quarta-feira (2.jul.2025), durante evento em Salvador pela comemoração da Independência da Bahia, Lula exibiu um cartaz da “Taxação BBB” e publicou nas redes sociais: “Mais justiça tributária e menos desigualdade. É sobre isso”. Um vídeo do PT, divulgado em 27 de junho, reforça o embate entre pobres, retratados carregando pesados sacos de “imposto”, e ricos, representados como homens brancos de terno com sacos menores. No mesmo dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o ajuste fiscal deve corrigir desigualdades, com medidas voltadas para o “andar de cima” da sociedade.
A oposição reagiu. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), publicou um vídeo chamando a campanha de “blá-blá-blá” e acusando o governo Lula de enganar a população. A UPB, federação formada por União Brasil e Progressistas, também contra-atacou com um vídeo em 29 de junho, usando estética semelhante à do PT, mostrando o “povo” carregando sacos de “impostos” enquanto outros, rotulados como “gastos do governo”, sobrecarregam uma balança.
No Congresso, a proposta enfrenta resistência. Recentemente, um decreto presidencial que aumentava o IOF foi derrubado, gerando críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na terça-feira (1º.jul.2025), as hashtags “Congresso da mamata” e “Hugo Motta traidor” estiveram entre os temas mais comentados no X. A reforma tributária, que inclui a taxação dos ricos, será discutida na Câmara e no Senado no segundo semestre de 2025.
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