Na noite de quarta-feira (9.jul.2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, conversaram por telefone para alinhar a reação do Brasil à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados. A medida de Trump foi justificada como uma resposta ao tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no STF por tentativa de golpe de Estado, a quem Trump declarou respeitar “profundamente”.
Durante a ligação, Lula e Barroso concordaram que a resposta brasileira será coordenada pelo governo federal e pelo Itamaraty, mantendo um tom político, já que consideraram a carta de Trump de natureza política. Assim, o STF optou por não se manifestar oficialmente sobre o caso por enquanto. Após o diálogo, Lula reuniu seu núcleo governamental em uma reunião de emergência para definir a estratégia. O resultado foi a divulgação de uma nota oficial em que o Brasil ameaça retaliar com tarifas sobre produtos importados dos EUA.
No comunicado emitido pela Casa Branca, Trump criticou o Brasil, alegando que o país ataca as “eleições livres e os direitos fundamentais de expressão”. Ele acusou o STF de emitir “centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS” contra plataformas de mídia americanas, ameaçando-as com multas de “milhões de dólares” e exclusão do mercado brasileiro.
Em resposta, Lula reforçou a soberania da Justiça brasileira: “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”. Ele também afirmou: “A sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática. No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira”.
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