Edinho Silva, recém-eleito presidente do PT, afirmou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu, pela primeira vez desde o início de seu terceiro mandato, estabelecer diálogo com uma parcela do eleitorado de Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, o debate sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e as tarifas impostas por Donald Trump (Partido Republicano), presidente dos Estados Unidos, contra o Brasil abriram espaço para alcançar eleitores não ideológicos de Bolsonaro.
Em entrevista ao jornal O Globo, publicada na quarta-feira (23.jul.2025), Edinho destacou a importância de atrair eleitores que escolheram Bolsonaro por razões conjunturais, e não por convicção ideológica. “Deveríamos caminhar para trazer para nosso campo aquele eleitor do Bolsonaro que votou por uma questão conjuntural, que não é o eleitor ideológico, convicto”, declarou o ex-prefeito de Araraquara.
Ele atribuiu esse avanço ao debate sobre justiça tributária, intensificado após o Congresso derrubar o decreto do governo que aumentava o IOF. “Quando discutimos justiça tributária, estamos debatendo o modelo de Brasil que queremos construir: Um Brasil de privilégios ou um Brasil de igualdade de oportunidade. Aí veio Trump dizendo ao Brasil como as nossas instituições têm de funcionar. Novamente, você vê a sociedade se movendo na defesa do Brasil. Mexemos na opinião pública”, afirmou Edinho.
O presidente do PT também criticou a estratégia do Congresso no embate com o Executivo sobre o IOF. “No caso do IOF, o governo tinha aberto uma negociação. Achar que ia impor uma derrota daquele tamanho a Lula e pensar que ele não ia reagir? Teve um erro grande de leitura”, disse. Após a derrubada do aumento do imposto, o governo levou a questão ao STF (Supremo Tribunal Federal), onde o ministro Alexandre de Moraes manteve a maior parte do decreto, vetando apenas a cobrança do risco sacado.
Edinho ainda destacou que, apesar de as entregas do governo não terem impactado significativamente a opinião pública, discussões sobre o modelo de sociedade desejado para o Brasil começaram a gerar movimentação. “Sempre defendi que fôssemos capazes de dialogar com esse eleitor. Agora está acontecendo pela 1ª vez desde a posse. As entregas do governo não mexeram na opinião pública, mas o debate sobre o modelo de sociedade mexe”, concluiu.
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