Sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes adiadas por questões jurídicas

Impasse no Departamento de Estado de Trump atrasa aplicação da Lei Magnitsky, mas aliados de Bolsonaro preveem ação iminente
Por: Brado Jornal 23.jul.2025 às 10h25
Sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes adiadas por questões jurídicas
Foto: Victor Piemonte/STF
As sanções financeiras dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, impulsionadas pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram temporariamente suspensas devido a entraves jurídicos, conforme revelaram fontes do Departamento de Estado do governo Trump. Segundo essas fontes, havia incertezas sobre a validade jurídica para acionar a Lei Magnitsky Global, instituída na gestão Barack Obama (2009-2017), que prevê punições a autoridades estrangeiras por violações de direitos humanos, descritas nos bastidores americanos como uma “pena de morte financeira”.

Diante das dúvidas, que poderiam levar a questionamentos na Suprema Corte dos EUA, o governo Trump optou por medidas mais simples, como a restrição de vistos para ministros do STF, que depende de decisão discricionária do Departamento de Estado, e a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Apesar disso, aliados de Eduardo e Jair Bolsonaro afirmam que as objeções jurídicas, levantadas pelo Departamento do Tesouro, duraram apenas três dias e foram superadas com ajustes na proposta, garantindo que a Lei Magnitsky será aplicada “muito em breve”.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, teria manifestado apoio às sanções contra Moraes em discussões internas. Cabe ao seu departamento, por meio do Office of Foreign Assets Control (Ofac), incluir o ministro na lista de sancionados, o que impediria empresas americanas de realizar transações com ele, afetando o acesso a serviços como cartões de crédito, bancos e companhias aéreas, mesmo sem bens nos EUA. Em maio, o secretário de Estado, Marco Rubio, crítico de Moraes, confirmou ao Congresso americano que as sanções estavam em análise, o que animou bolsonaristas, embora as medidas ainda não tenham sido implementadas.

O anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros por Trump, após críticas ao julgamento de Bolsonaro no STF por tentativa de golpe de Estado, gerou tensões na direita brasileira. As tarifas, que devem elevar o custo de vida e impactar a indústria e o agronegócio, dividiram o bolsonarismo, que teme prejuízos eleitorais em favor de Lula. Enquanto Eduardo defende as sanções como pressão por uma anistia “ampla, geral e irrestrita” a bolsonaristas no Congresso, outros, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), sugerem que as retaliações se limitem a autoridades e instituições.

Na última sexta-feira, a revogação dos vistos americanos de Moraes e outros sete ministros do STF, anunciada por Rubio, renovou as esperanças bolsonaristas. A medida veio horas após uma operação da Polícia Federal contra Bolsonaro, que incluiu busca e apreensão, uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição de usar redes sociais ou dar entrevistas. Aliados do ex-presidente alertam que, caso Moraes determine sua prisão preventiva por descumprimento dessas medidas, o governo Trump poderá acelerar a aplicação da Lei Magnitsky.


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