Durante uma recente visita de uma autoridade à sua residência, onde cumpre prisão domiciliar, o ex-presidente Jair Bolsonaro revelou ter sido informado de que o Exército já destinou uma cela para ele no Comando Militar do Planalto, em Brasília, caso seja condenado por tentativa de golpe de Estado. Segundo Bolsonaro, o local reservado está situado nas instalações do Quartel General do Exército, a cerca de sete quilômetros da Praça dos Três Poderes, próximo à área onde manifestantes acamparam antes dos atos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão e depredação das sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente não divulgou a fonte da informação.
O julgamento de Bolsonaro, que teve início em 2 de setembro de 2025 na Primeira Turma do STF, é considerado um dos casos mais significativos da história recente do Brasil, devido às implicações políticas e institucionais, especialmente em relação às Forças Armadas. Especulações em Brasília apontam outras possibilidades para o cumprimento de uma eventual pena, como a Superintendência Regional da Polícia Federal, localizada a 11 quilômetros da Praça dos Três Poderes, ou o Complexo Penitenciário da Papuda, a 17 quilômetros do centro da capital. A Papuda conta com uma ala especial para presos vulneráveis, que poderia ser destinada ao ex-presidente, reduzindo riscos de protestos de apoiadores, como ocorreu durante a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba.
Outra possibilidade mencionada é a continuidade da prisão domiciliar, considerando o estado de saúde de Bolsonaro, que tem 70 anos e necessita de tratamento médico frequente. No entanto, a acusação de que ele teria planejado uma fuga para a Argentina em 2024 pesa contra essa alternativa, assim como o risco de que tente se refugiar em uma embaixada. “A avaliação é a de que é inviável manter em casa sobre eterna vigilância”, informou uma fonte próxima ao caso. Por outro lado, a custódia em uma unidade militar ou da Polícia Federal é vista como uma medida para conter tensões políticas, enquanto a prisão em uma penitenciária comum poderia intensificar conflitos.
Autoridades de segurança em Brasília estão se preparando para possíveis manifestações durante os dias do julgamento, que analisa as acusações de que Bolsonaro e parte da cúpula militar articularam ações para impedir a posse do governo eleito em 2022. A defesa do ex-presidente argumenta que as discussões sobre intervenção não passaram de “bravatas” e não se concretizaram em atos criminosos. O desfecho do julgamento determinará se Bolsonaro cumprirá pena em um dos locais mencionados ou permanecerá em regime domiciliar.
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