Em meio a discussões sobre o fluxo migratório entre Brasil e Portugal, o vice-presidente da legenda Chega, Pedro dos Santos Frazão, rebateu duramente as observações feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que apontou desordem no mecanismo de acolhimento de imigrantes em solo português. A troca de farpas ganhou destaque após Mendes, em entrevista concedida à CNN Portugal em Lisboa, descrever o processo como marcado por inconsistências administrativas, o que gera apreensão entre os brasileiros que buscam regularização no país europeu.
Frazão, por sua vez, não poupou palavras em uma postagem no Instagram, no sábado (4.out.2025), ao qualificar as palavras do juiz como uma afronta desnecessária e defender a autonomia nacional. Ele argumentou que Portugal não precisa de orientações vindas de nações com seus próprios desafios internos, especialmente de figuras associadas ao atual governo brasileiro.
Contraponto de Frazão às acusações: O representante do Chega retrucou diretamente, destacando contrastes sociais e jurídicos entre os dois países. Em sua declaração original: “Um juiz brasileiro, Gilmar Mendes, vem insultar Portugal!? ‘Caótico’ é o Brasil das favelas e onde a justiça liberta corruptos e criminosos todos os dias. Portugal recebe não lições de quem devia pôr ordem na sua própria casa!”. Ademais, ele reforçou a posição soberana: “Portugal é soberano e não aceita sermões de brasileiros próximos de Lula!”
Análise de Mendes sobre o sistema português: O ministro brasileiro, falando à margem do Fórum para o Futuro da Tributação na capital portuguesa na sexta-feira (3.out.2025), enfatizou os entraves burocráticos que afetam diretamente os direitos dos migrantes. Conforme suas palavras preservadas: “Pelas informações de que disponho, o mais problemático é o não funcionamento dos órgãos administrativos. Talvez mesmo por um carácter desorganizado e caótico dos serviços de imigração. Isso é preocupante e é preciso que seja prontamente reparado”. Mendes ainda alertou para os riscos de atrito diplomático, afirmando: “As pessoas estão muito temerosas por conta disso e acho que é importante resolver isso para que não haja tumulto numa relação que é tão pacífica. Nós temos tantos portugueses e uma tão bela História juntos”.
Cenário bilateral e implicações: O episódio ocorre em um momento de crescente mobilidade entre os dois povos, com milhares de brasileiros optando por Portugal em busca de oportunidades. Mendes defendeu ajustes urgentes para preservar a harmonia histórica, enquanto Frazão viu na crítica uma interferência indevida, o que pode sinalizar tensões maiores nas negociações sobre vistos e residência.
A controvérsia ilustra as sensibilidades envolvidas em políticas de fronteiras e a importância de diálogos respeitosos para manter laços fortes entre as nações.
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