Em declaração divulgada neste domingo (2.nov.2025), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), posicionou-se favoravelmente à designação do Comando Vermelho (CV) como organização terrorista. Segundo ele, o combate ao crime organizado transcende as fronteiras locais e representa uma ameaça global, estendendo-se “muito além do Rio de Janeiro”. Castro invocou as experiências da Argentina e do Paraguai, nações que já implementaram tal categorização para combater grupos criminosos semelhantes, como forma de intensificar as ações repressivas.
A manifestação do político veio logo após a realização da operação Contenção, deflagrada em 28 de outubro de 2025 nos Complexos da Penha e do Alemão, que resultou em avanços significativos contra o narcotráfico. De acordo com dados da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro, a ação culminou na prisão de 113 indivíduos, dos quais aproximadamente 40% oriundos de outros estados brasileiros, como Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo. Além disso, foram registradas 117 mortes, incluindo 39 de foras do Rio, entre elas líderes do tráfico de diversas regiões, cujos codinomes foram revelados pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, em pronunciamento no dia 31 de outubro de 2025.
No âmbito legislativo, a iniciativa ganha contornos mais concretos com o Projeto de Lei 1283/2025, apresentado na Câmara dos Deputados em março deste ano. A proposta visa modificar a Lei Antiterrorismo para englobar facções como o CV e o Primeiro Comando da Capital (PCC), ampliando as ferramentas jurídicas disponíveis para o enfrentamento dessas estruturas. Em postagem na rede X, Castro reforçou a dimensão internacional do desafio, afirmando: “a discussão desta semana vai muito além da segurança pública do Rio de Janeiro. O que estamos enfrentando é um problema internacional”.
A ofensiva policial também impactou a percepção pública sobre a gestão de Castro. Levantamento da Genial/Quaest, realizado ao final de outubro de 2025, indicou uma elevação na aprovação do governo estadual, saltando de 43% em agosto para 53% no período pós-operação, refletindo o apoio popular às medidas enérgicas de segurança.
Entretanto, a proposta não está isenta de controvérsias. O líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), manifestou-se contra a ideia em 29 de outubro de 2025, ao alertar jornalistas: “tornar traficante em terrorista é para intervenção externa”. Ele prosseguiu: “Só se ganha uma coisa: vulnerabilidade externa e reforçar esse discurso maluco dessa turma com o Flávio Bolsonaro, que defende uma intervenção militar norte-americana aqui no Brasil para combater grupos narcotraficantes e civil-terroristas”.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...