Um vídeo capturado por câmeras de segurança em um condomínio de Águas Claras, no Distrito Federal, registrou o servidor da Controladoria-Geral da União (CGU) David Cosac Junior, de 49 anos, agredindo sua ex-namorada e o filho dela, uma criança de 4 anos, na noite de 7 de dezembro. As imagens mostram o homem desferindo socos e tapas contra a mulher, que segurava o menino no colo, por cerca de 20 segundos, até que ambos caíssem no chão. Ao se levantarem, ele ainda atingiu a cabeça da criança novamente.
Diante da divulgação das imagens nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nesta quinta-feira (25) determinando a imediata abertura de processo administrativo para responsabilização e possível expulsão do servidor do serviço público federal.
“O combate ao feminicídio e a toda forma de violência contra as mulheres é um compromisso e uma prioridade do meu governo”, escreveu Lula em publicação nas redes sociais, classificando o episódio como uma “agressão covarde” e “inadmissível”.
“Não vamos fechar os olhos aos agressores de mulheres e crianças estejam eles onde estiverem, ocupem as posições que ocuparem. Um servidor público deve ser um exemplo de conduta dentro e fora do local de trabalho”, completou.
Nos últimos dias, Lula tem intensificado ações contra a violência de gênero. Em pronunciamento nacional na véspera de Natal (24), ele anunciou que o tema será prioridade em 2026."Vou liderar um grande esforço nacional envolvendo ministérios, instituições e toda a sociedade brasileira. Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado”, disse o presidente.
Medidas adotadas pela CGU
Ainda na terça-feira (23), antes da manifestação de Lula, a CGU já havia iniciado ações administrativas. O órgão adotou as seguintes providências:
- o encaminhamento das notícias do fato à Corregedoria-Geral da União e à Comissão de Ética da CGU, com a imediata abertura de investigação preliminar de responsabilidade, para apuração das responsabilidades ética e disciplinar, no âmbito das competências administrativas;
- a revogação imediata da designação do servidor como substituto eventual da chefia imediata; e
- a proibição de ingresso do servidor nos prédios da CGU, enquanto as apurações estiverem em andamento, “como medida administrativa necessária à preservação do ambiente institucional e ao regular andamento das apurações”.
Os fatos indicam violação grave à Lei nº 8.112/1990, especialmente ao dever de manter conduta compatível com a moralidade administrativa.
“Quero ser claro ao dizer que violência contra a mulher e contra crianças é crime. Não se trata de desentendimento, conflito privado ou questão pessoal. Estamos falando de agressão, de violação à lei e de afronta à dignidade humana”, diz a nota assinada pelo ministro da CGU, Vinícius de Carvalho.
“No campo criminal, os fatos devem ser apurados pelas autoridades competentes, nos termos da legislação penal”, acrescentou.
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga o caso, e a Justiça concedeu medidas protetivas à criança na véspera de Natal.
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