A operação militar israelense na Cidade de Gaza, iniciada em 16 de setembro de 2025, intensificou o conflito na região, levando milhares de palestinos a fugirem em direção ao sul do território. A ofensiva, que incluiu bombardeios em mais de 1.200 alvos, segundo o Exército de Israel, foi precedida por ordens de evacuação emitidas pelo porta-voz militar Avichay Adraee, que alertou: “Permanecer na área é extremamente perigoso”. A ação visa desmantelar estruturas do Hamas, mas causou grande impacto na população civil, com relatos de destruição e mortes.
Famílias palestinas, carregando pertences em veículos e a pé, lotaram a estrada costeira em busca de refúgio em zonas designadas como humanitárias, como Muwasi e Khan Younis. Cerca de 450.000 pessoas já deixaram a Cidade de Gaza, conforme estimativas do Exército israelense, mas muitos permanecem, temendo não encontrar segurança em outros locais. “Melhor morrer aqui, chorando em Gaza, do que vagar no exílio”, disse Ahmed Helles, de 54 anos, pai de oito filhos, ao lado das ruínas de sua casa. Ibrahim Salamat, 48, pai de seis, explicou: “Não tenho dinheiro para partir. Vou de rua em rua, fugindo dos bombardeios a pé, carregando meus filhos para cantos um pouco mais seguros. Ainda estou em Gaza”.
A ofensiva começou após semanas de ataques aéreos, com a mobilização de 60.000 reservistas e a destruição de prédios altos, incluindo a Torre Soussi, bombardeada em 6 de setembro de 2025. O governo palestino rejeitou as justificativas de Israel, que alegou que os edifícios eram usados pelo Hamas para inteligência militar. “Isso faz parte de uma política sistemática de engano para justificar ataques a civis e infraestrutura”, afirmou o Escritório de Mídia de Gaza. A ONU alertou que a escalada agrava a crise humanitária, com suspensão de serviços essenciais, como centros de saúde e cozinhas comunitárias, e aumento da desnutrição infantil, que atingiu 13,5% em agosto.
A operação militar coincidiu com acusações de genocídio por especialistas da ONU, o que Israel negou, chamando o relatório de “distorcido e falso”. Enquanto isso, a população enfrenta fome e deslocamentos repetidos. “Esqueça comida, eletricidade, combustível. A única preocupação agora é sobreviver”, declarou Nebal Farsakh, porta-voz do Crescente Vermelho Palestino. Apesar das ordens de evacuação, a ONU afirmou que seus funcionários permanecerão na Cidade de Gaza para prestar assistência, exigindo que os deslocados possam retornar voluntariamente quando possível.
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