ataques aéreos contra a Ucrânia, utilizando um número sem precedentes de drones e mísseis. Em julho de 2025, as forças russas lançaram 6.300 drones, um aumento significativo em relação aos 800 registrados em agosto de 2024, segundo dados de um relatório da Kyiv Dialogue e da fundação Konrad Adenauer. A defesa aérea ucraniana, embora ainda ativa, viu sua eficácia diminuir, com a taxa de interceptação caindo de 98% em fevereiro para 84% em agosto, devido ao uso de drones russos mais avançados, como o Geran-2, uma versão do modelo iraniano Shahed, que contorna sistemas de interferência em GPS e rádio.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu os ataques como uma “escalada de terror”, destacando que os bombardeios, muitas vezes noturnos, forçam civis a buscar abrigo em estações de metrô e banheiros. “Toda vez que o general Kellogg está aqui, os moradores de Kiev finalmente conseguem dormir”, disse Zelensky, em tom irônico, durante a conferência Yalta European Strategy, referindo-se ao enviado especial de Trump, Keith Kellogg. Ele completou: “Nossos parceiros sabem como pressionar para que a Rússia seja forçada a pensar em acabar com a guerra, não em novos ataques.”
Especialistas apontam que o aumento da produção de drones russos, combinado com o suporte chinês, tem desafiado a sustentabilidade militar e financeira de Kiev. Componentes chineses encontrados em drones russos sugerem uma falha nos controles de exportação de Pequim, o que permite à Rússia manter e expandir sua ofensiva. Além disso, os custos crescentes da guerra pressionam a economia ucraniana, enquanto a intensificação dos ataques sobrecarrega os sistemas de defesa.
Na madrugada de 4 de julho de 2025, a Rússia lançou 539 drones e 11 mísseis, marcando o maior ataque aéreo registrado até então, com Kiev como alvo principal. As defesas ucranianas neutralizaram 478 alvos, mas 63 drones e nove mísseis atingiram seus objetivos, causando danos a infraestruturas e deixando mais de 20 feridos. “Noite absolutamente horrível e sem dormir em Kiev. Um dos piores até agora”, escreveu o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha. Zelensky reforçou: “Foi um dos ataques aéreos em maior escala - deliberadamente massivo e cínico.”
A Rússia também empregou táticas avançadas, como drones guiados por fibra óptica, que dificultam a interceptação por serem imunes a sistemas de guerra eletrônica. Esses ataques, que visam tanto instalações militares quanto infraestruturas civis, como a rede elétrica de Ternopil, deixaram cerca de 70% da região sem energia em novembro de 2024. Apesar das negociações de paz em Istambul, as exigências russas, incluindo a cessão de quatro regiões ucranianas, permanecem inaceitáveis para Kiev, que busca um cessar-fogo incondicional e a devolução de prisioneiros.
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