Crescente insegurança na Bahia eleva em 60% a demanda por blindagem de veículos

Estado é o sexto no ranking nacional de blindagem automotiva
Por: Brado Jornal 09.set.2025 às 07h43
Crescente insegurança na Bahia eleva em 60% a demanda por blindagem de veículos
Crédito: Divulgação/SBI Blindagens
A escalada da violência na Bahia tem impulsionado a procura por carros blindados, refletindo o aumento da sensação de insegurança no estado. Dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) apontam que, no primeiro semestre de 2025, a produção média de blindagens no estado subiu de 22 para 35 veículos por mês, um crescimento de cerca de 60% em comparação com o mesmo período de 2024. Em 2024, a Bahia blindou 268 carros, ocupando a sexta posição entre os estados brasileiros com maior demanda por esse serviço. Nos primeiros seis meses de 2025, já foram blindados 215 veículos, um aumento de 88% em relação ao mesmo período de 2023.

De acordo com João Ricardo Araújo, diretor da SBI Blindagens, a empresa registrou um aumento de 68% na produção em 2025, acompanhando a tendência apontada pela Abrablin. Ele destaca que a blindagem automotiva tem se popularizado, especialmente no interior do estado, como na região oeste da Bahia. “É segurança mesmo e não tem outro fator. Hoje, há pessoas que achavam que nunca iam blindar um carro, mas no cenário que a gente vive, com a sensação às vezes de insegurança, muita gente que não nos procurava, já está blindando seus carros”, afirmou João Ricardo.

O aumento na procura está diretamente ligado à violência no estado. Segundo o Anuário de Segurança Pública de 2025, a Bahia liderou o ranking nacional em números absolutos de homicídios em 2024, com 6.036 mortes violentas intencionais. Nove das 20 cidades mais violentas do Brasil estão no estado: Salvador, Feira de Santana, Juazeiro, Jequié, Simões Filho, Camaçari, Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus e Ilhéus. Salvador, em particular, destacou-se negativamente ao ultrapassar o Rio de Janeiro, tornando-se a capital com a maior taxa de mortes violentas do país, com 52 óbitos por 100 mil habitantes em 2024.
Como é feita a blindagem de veículos?A blindagem automotiva no Brasil é regulamentada pelo Exército Brasileiro, que define seis níveis de proteção, baseados no tipo de armamento, munição, massa e velocidade do projétil. O nível 3-A, o mais comum, protege contra disparos de pistolas 9 mm e revólveres 44 Magnum. Níveis inferiores, como 1, 2 e 2-A, resistem a armas de menor calibre, enquanto os níveis 3 e 4, que suportam disparos de fuzis e armas longas, são restritos. “O nível 3 é de uso restrito, ou seja, trata-se de um nível especial em que a pessoa precisa de fato comprovar a ameaça para que o Exército autorize essa proteção. Ela é encontrada geralmente em veículos militares e também nos de transporte de valores. O nível 4, por sua vez, tem sua aplicação proibida para uso civil”, explica Marcelo Silva, presidente da Abrablin.

O processo de blindagem exige autorização prévia do Exército, solicitada por empresas credenciadas. Após a aprovação, o veículo é desmontado e envelopado para evitar danos. Aço balístico é aplicado na lataria, portas, colunas, porta-malas e para-choques, enquanto os vidros recebem materiais blindados, como polietileno em modelos mais caros, para reduzir o peso. Após a aplicação, o carro é remontado, passa por testes de vedação (como simuladores de chuva) e testes de rua, sendo entregue ao cliente em 40 a 50 dias, segundo João Ricardo.Custos da blindagem
Blindar um veículo ainda é um investimento elevado. Segundo a Abrablin, o custo médio varia entre R$ 90 mil e R$ 100 mil, dependendo do modelo do carro, do projeto da blindadora e do nível de blindagem. Na SBI Blindagens, o preço inicial para o nível 3-A é de cerca de R$ 70 mil para veículos menores, como o Hyundai HB20, subindo para R$ 80 mil em sedãs médios, como o Toyota Corolla, e R$ 90 mil em SUVs, como o Toyota SW4. Carros de luxo, como Land Rover e Porsche, podem custar entre R$ 130 mil e R$ 140 mil com opcionais. Os modelos mais blindados na empresa incluem Toyota SW4, Corolla Cross, Jeep Commander, Jeep Compass e Ford Ranger.

O Exército Brasileiro não divulga dados sobre solicitações ou autorizações de blindagem na Bahia, conforme informado por sua assessoria, devido a restrições legais.


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