Na noite de domingo (18.mai.2025), uma jovem de 25 anos causou surpresa ao chegar a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Guanambi, no centro-sul da Bahia, carregando um bebê reborn e solicitando atendimento médico urgente para o boneco, que, segundo ela, estava com “muita dor”. O caso, confirmado pela prefeitura, ocorreu por volta das 23h, quando a mulher, que enfrenta problemas de depressão, pediu uma corrida por aplicativo e insistiu para que o motorista dirigisse rápido até a unidade.
Ao chegar à UPA, que atende cerca de 200 pessoas por dia, a jovem não recebeu atendimento médico para o boneco, e o incidente foi comunicado à direção da unidade. Uma conhecida da família, que estava no local, percebeu que se tratava de uma boneca hiper-realista ao levantar o pano que cobria o rosto do objeto. “Conheço a família, são pessoas respeitáveis, empresários locais. Fui vizinha deles e sei que ela luta contra a depressão. Saiu de casa sem que os familiares soubessem”, relatou a senhora, conforme informado pela prefeitura.
Familiares explicaram que a jovem adquiriu o bebê reborn, avaliado em R$ 2,8 mil, pela internet há cerca de um mês. Eles afirmaram estar buscando apoio psicológico para ela, que enfrenta transtornos mentais. O motorista do aplicativo, que a levou à UPA, só compreendeu a situação após retornar à residência da jovem, onde foi recebido pelos pais e pelo irmão, que explicaram o contexto de saúde mental dela.
Bebês reborn são bonecos artesanais projetados para imitar recém-nascidos com alto grau de realismo, utilizando materiais como vinil ou silicone de alta qualidade. O processo de “reborning” inclui técnicas detalhadas de pintura, aplicação de cabelos e reprodução de características como veias, dobras na pele e pequenas imperfeições, tornando-os extremamente realistas.
O caso reacendeu debates legislativos no Brasil. Diversos projetos de lei em tramitação propõem medidas como multas para quem usar bonecos hiper-realistas em filas prioritárias ou atendimentos em unidades de saúde públicas e privadas, incluindo as conveniadas ao SUS. Outras propostas buscam garantir acolhimento psicossocial para pessoas que desenvolvam apego excessivo por esses objetos, oferecendo suporte qualificado para lidar com sofrimento mental, dependência afetiva ou fuga da realidade, além de orientações para familiares sobre sinais de alerta relacionados a esses comportamentos.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...