Paralisação governamental prossegue nos Estados Unidos com impasse persistente no Senado

Sem acordo entre republicanos e democratas, votação orçamentária falha e paralisa serviços federais
Por: Brado Jornal 02.out.2025 às 10h51
Paralisação governamental prossegue nos Estados Unidos com impasse persistente no Senado
REUTERS/Leah Millis
O impasse no Congresso americano continua sem solução, com o Senado rejeitando uma iniciativa dos democratas para liberar verbas e interromper a paralisação parcial das operações do governo federal. A votação realizada nesta quarta-feira (1º de outubro de 2025) não obteve os 60 votos necessários para avançar, registrando apenas 47 a favor e 53 contra. Todos os senadores republicanos se posicionaram contra a medida, reforçando a divisão partidária que impede qualquer concessão mútua em relação ao orçamento.

Essa rejeição mantém em vigor o shutdown, iniciado nas primeiras horas desta madrugada, devido à ausência de um acordo sobre o financiamento das despesas governamentais. A lei Antideficiência de 1884, que regula os gastos públicos, é o pano de fundo legal para essa interrupção, já que proíbe qualquer desembolso sem a devida aprovação legislativa.

Do lado republicano, o presidente Donald Trump ampliou as tensões ao determinar o bloqueio de US$ 18 bilhões previstos para obras de modernização de túneis e metrôs na cidade de Nova York – um empreendimento defendido por figuras proeminentes do Partido Democrata no Legislativo. Trump também sinalizou que o período de paralisação pode ser explorado para eliminar posições no funcionalismo público, declarando na terça-feira (30 de setembro), durante pronunciamento na Casa Branca: “Estamos indo bem como país, então a última coisa que queremos é paralisá-lo, mas muitas coisas boas podem vir de paralisações. Podemos nos livrar de muitas coisas que não queremos.”

A falta de consenso reflete visões opostas sobre as prioridades fiscais: os republicanos insistem em reduções de despesas em áreas sociais e contenção geral dos orçamentos federais, enquanto os democratas enfatizam a necessidade de aportes em setores como saúde, ensino e infraestrutura urbana. Sem um texto unificado, as tratativas para uma nova proposta precisam ser retomadas urgentemente.

Os efeitos da paralisação se espalham por pelo menos 13 órgãos federais, com a suspensão de tarefas não essenciais e o envio de grande contingente de servidores para folga sem remuneração. Departamentos como o de Educação (com 87% dos efetivos afastados), o de Estado (61%) e o Pentágono (45% da equipe civil inativa) enfrentam as maiores interrupções. Serviços críticos, no entanto, como operações de defesa nacional e atendimentos médicos de urgência, permanecem operacionais.

Entre os prejuízos imediatos, destacam-se a queda projetada no Produto Interno Bruto, demoras em análises de saúde pública, paralisação de contratos públicos, fechamento parcial de parques nacionais e interrupções em emissões de vistos e inspeções de segurança alimentar, conforme alertado pela democrata Sarah Elfreth. Esse episódio evoca paralisações históricas, como a de 21 dias em 1995 (governo Clinton), 16 dias em 2013 (governo Obama) e a mais prolongada, de dezembro de 2018 a janeiro de 2019 (primeiro mandato de Trump), que custou 0,1 ponto percentual de crescimento econômico no período afetado.


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