Vitória enfrenta crise financeira com Banco Daycoval por dívida milionária

Clube baiano corre risco de perder Barradão em disputa judicial
Por: Evelyn Santos 13.ago.2025 às 11h57 - Atualizado: 13.ago.2025 às 11h59
Vitória enfrenta crise financeira com Banco Daycoval por dívida milionária
Foto: Victor Ferreira/ ECVitória
O Esporte Clube Vitória está envolto em uma grave crise financeira que pode custar caro ao clube. O Banco Daycoval S/A acionou o time baiano na Justiça devido ao descumprimento de um acordo firmado em 26 de fevereiro de 2024, no qual o Vitória reconheceu, de forma “irrevogável e irretratável”, uma dívida de R$ 12.965.914,38. O débito está relacionado a um empréstimo concedido em 2020 e a um Instrumento Particular de Cessão de Direitos Creditórios e Outras Avenças.

De acordo com a instituição financeira, o clube não apenas deixou de cumprir os termos do acordo, mas também não demonstrou interesse em renegociar, acumulando um saldo devedor atualizado de R$ 9.026.538,13. Parte dessa dívida estava vinculada à cessão fiduciária de direitos creditórios provenientes de um contrato de patrocínio e divulgação de marca firmado em outubro de 2023 com a Polygon Entertainment N.V., empresa com sede em Curaçao. Contudo, mesmo essa garantia não foi suficiente para evitar o avanço da ação judicial.

O Banco Daycoval exige que o Vitória, representado pelo advogado Antonio Boaventura Reis de Pinho, quite o valor devido em um prazo de 15 dias, conforme estipula o artigo 523 do Código de Processo Civil. Caso o pagamento não seja efetuado, o banco solicita a penhora dos direitos creditórios ligados ao contrato com a Polygon. Se isso não for suficiente para cobrir o débito, a Justiça poderá determinar a avaliação e alienação judicial de imóveis do clube, incluindo o Estádio Manoel Barradas, conhecido como Barradão, e a Chácara Vidigal Guimarães, local de concentração do time.

“Na hipótese de as respostas serem negativas, requer-se, também, seja expedida ordem de avaliação dos imóveis de matrículas nº 77547 [Barradão] e 11.043 [Concentração], do 2º Registro de Imóveis de Salvador, para posterior alienação judicial, conforme previsto na Cláusula 15 do acordo”, destaca a petição do banco ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

A decisão judicial, proferida em 4 de dezembro de 2024 pela 3ª Vara Cível do TJSP, também menciona a possibilidade de penhora das cotas de televisão que seriam repassadas ao clube pela Globo, caso o Vitória não se manifeste ou quite a dívida até fevereiro de 2025, considerando o recesso judiciário entre 20 de dezembro de 2024 e 31 de janeiro de 2025. A situação gera grande tensão nos bastidores do clube, que enfrenta o risco iminente de perder ativos históricos, como o Barradão, caso não consiga reverter o quadro.


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