Marcos Rogério diz que investigação sobre caso no MEC foi iniciada por decisão do governo

Senador afirma que proposta de CPI do Ministério da Educação é apenas ‘jogo’ da oposição para fazer da prisão de Milton Ribeiro um ‘embate político’
Por: Brado Jornal 23.jun.2022 às 14h19
Marcos Rogério diz que investigação sobre caso no MEC foi iniciada por decisão do governo
Reprodução/Twitter

O senador Marcos Rogério (PL) acredita que a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, do Ministério da Educação, não justifica a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal. Segundo ele, até o momento, não há nenhuma evidência de corrupção e a proposta de CPI é apenas “jogo eleitoral”. “O foco é realmente apurar o que aconteceu no MEC? É claro que não. O foco é o jogo eleitoral. Então acho que, neste momento, toda cautela é necessária. O Senado Federal e Câmara não podem servir a um propósito eleitoral. Se tiver elementos que justifiquem a instalação, que se faça, mas tem que ter fato determinado. Não vejo elementos para justificar uma CPI”, disse o senador, em entrevista.

Na visão do parlamentar, a oposição usa o tema para construir narrativas contra o governo federal e “fazer desse episódio um embate político”. No entanto, Marcos Rogério cita que a investigação envolvendo o Ministério da Educação começou por iniciativa do presidente Jair Bolsonaro. “É uma investigação que estava em curso, inclusive muito antes de estar em curso na Polícia Federal (PF). A CGU [Controladoria-Geral da União], que é um órgão do governo federal que já estava investigando isso e por iniciativa do próprio MEC. Quem tomou as primeiras medidas para investigar o fato foi o próprio governo. Essa é a diferença entre o governo do atual presidente Bolsonaro e os governos passados”, afirmou. Milton Ribeiro é investigado pela PF desde março por suposto esquema de favorecimento. As investigações na CGU tiveram início após denúncias do “gabinete paralelo” no MEC serem publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, com áudios do próprio ex-ministro falando sobre suposto favorecimento, o que levou à saída de Ribeiro da pasta.

“Deixe a PF cumprir seu papel e vamos aguardar a defesa do ex-ministro. Até o momento não há apontamento de uma única prova, uma única evidência de que tenha havido desvios nesse caso”, defendeu o Marcos Rogério, completando que “cada um responde pelo seu CPF”. Embora o senador negue indícios de corrupção no Ministério da Educação, Milton Ribeiro foi preso nesta quarta-feira, 22, pela Polícia Federal por suposta participação em esquema de favorecimento envolvendo pastores e verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb). E o mandado de prisão contra o ex-ministro, assinado pelo juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, cita como tipo penal “corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência”.




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