Na tentativa de recuperar a credibilidade após a crise gerada pelo chamado "Pixgate", o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançará nesta quinta-feira (23.jan.2025) uma campanha publicitária com o slogan: “Pix: Seguro, Sigiloso e Sem Taxa”. A iniciativa tem um orçamento de cerca de R$ 50 milhões e será conduzida pela agência Cália Y2 Propaganda e Marketing, vencedora de uma concorrência que incluiu outras três agências já contratadas pelo governo desde a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O "Pixgate" ganhou repercussão após a implementação de uma norma da Receita Federal, em janeiro de 2025, que aumentava a fiscalização sobre transferências superiores a R$ 5.000 realizadas via Pix. A regra, editada em setembro de 2024, foi amplamente criticada, com oposição liderada por figuras como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), cujo vídeo contra a medida acumulou mais de 324 milhões de visualizações no Instagram.
A reação negativa foi rápida e intensa, levando o governo a revogar a instrução técnica e a editar uma medida provisória para reforçar as normas existentes sobre o Pix, incluindo a garantia de que não haverá cobranças adicionais ou novos impostos. Apesar do recuo, analistas políticos e membros da oposição classificaram o episódio como uma das maiores derrotas do governo Lula desde o início de seu mandato.
A avaliação do Planalto é que o momento para o lançamento da campanha publicitária é estratégico, já que a polêmica sobre a fiscalização do Pix ainda está em alta. O objetivo é dissipar dúvidas sobre o sistema, reforçando sua segurança e isenção de taxas, enquanto busca reconquistar a confiança dos usuários.
Além da campanha, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) estruturou um gabinete de gerenciamento de crise para monitorar e responder à repercussão de assuntos sensíveis da gestão petista. A iniciativa foi motivada pela preocupação de que crises como o "Pixgate" continuem a gerar danos à imagem do governo.
Apesar da tentativa de minimizar os danos, a medida provisória que revogou a norma é vista por muitos como um revés para a equipe econômica, comandada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A crise também revelou fragilidades na comunicação interna do governo e na capacidade de antecipar reações públicas a decisões sensíveis.
Nos próximos dias, o impacto da campanha publicitária será observado de perto. Enquanto o governo aposta em uma mensagem positiva para virar a página, a oposição promete manter o tema no centro do debate político, alimentando questionamentos sobre as decisões econômicas e administrativas da gestão Lula.
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