O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), viu-se obrigado a recuar e pedir desculpas após a repercussão negativa de uma declaração inflamada contra eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na sexta-feira (2), durante a entrega do colégio estadual Professora Nancy da Rocha Cardoso, em América Dourada, o petista chocou ao sugerir que os eleitores do ex-presidente fossem “levados para a vala” por uma retroescavadeira, em um discurso que gerou revolta entre deputados federais e parlamentares da oposição.
Diante da onda de críticas, Jerônimo tentou se explicar na segunda-feira (3), durante visita às obras do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. Alegando que sua fala foi “descontextualizada”, ele atribuiu o tom agressivo à indignação com a gestão de Bolsonaro durante a pandemia, que, segundo ele, resultou em 700 mil mortes. “Sou religioso, homem de família. Jamais desejaria mal a alguém. Condenei quem desejou a morte de Lula, por exemplo”, disse, em uma tentativa de suavizar o impacto de suas palavras.
O governador ainda buscou destacar a postura do presidente Lula, citando uma ligação recebida no sábado, enquanto estava em Brejões, para tratar das enchentes em Santo Amaro. “Lula perguntou o que eu precisava. No governo anterior, Rui Costa nunca teve esse diálogo com Bolsonaro”, afirmou, numa comparação que soou como desvio do foco de sua própria controvérsia.
Com tom visivelmente acovardado, Jerônimo reconheceu que o termo “vala” foi “pejorativo” e admitiu o erro, mas não sem ressalvas. “Se a expressão foi forte, peço desculpas. Não quis desejar a morte de ninguém. Fui movido pela indignação, mas tenho humildade para corrigir”, declarou, insistindo que sua intenção foi mal interpretada. A retratação, porém, não convenceu críticos, que apontam a fala como reflexo de intolerância e falta de compostura para o cargo. “Minhas palavras pesam, mas não me atribuam ódio”, completou, em um esforço tardio para conter os danos à sua imagem.
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