O governo do estado da Bahia, sob gestão do Partido dos Trabalhadores (PT), está no centro de uma polêmica ao patrocinar o evento "Surra em Salvador", marcado para o dia 18 de maio no Largo Tereza Batista, no Pelourinho. O show principal será da banda Bozokill, conhecida por letras que incitam violência contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, com uma logomarca que exibe a cabeça ensanguentada do político. A presença do logotipo do governo baiano no material promocional do evento gerou indignação e críticas contundentes.
A banda Bozokill, formada em 2022 em Salvador, tem um histórico de letras provocativas, como a música “Mate um Minion Hoje”, que contém trechos como “bicuda na cara desses fascistas” e “soco no olho do negacionista”. Sua imagem pública é ancorada em ataques diretos a figuras da direita política, com o nome “Bozokill” sendo interpretado como uma referência explícita a “matar Bozo”, apelido pejorativo usado contra Bolsonaro. A logomarca da banda, com a cabeça decapitada e ensanguentada do ex-presidente, foi considerada por críticos como uma clara apologia ao assassinato.
O evento “Surra em Salvador” está sendo promovido com recursos públicos, conforme indicado pela logomarca do governo da Bahia nos cartazes oficiais. A decisão de financiar um show com uma banda que utiliza símbolos e discursos de ódio contra um ex-chefe de Estado levanta sérias questões sobre o uso de verba pública e a responsabilidade do governo em promover a convivência democrática. O patrocínio ocorre em um contexto de polarização política, o que torna a escolha ainda mais controversa.
Críticos apontam que o governo petista, liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues, demonstra incoerência ao apoiar um evento que, em vez de promover cultura e união, endossa mensagens de violência e intolerância. “É inaceitável que o dinheiro do contribuinte seja usado para financiar um grupo que prega o ódio e a morte de adversários políticos. Isso não é cultura, é incitação ao crime”, afirmou o deputado federal Capitão Alden (PL-BA), que já havia denunciado a banda ao Ministério Público da Bahia por sua apresentação no Carnaval de 2025.
A população também reagiu nas redes sociais, com muitos cidadãos expressando revolta. “O governo da Bahia deveria investir em saúde, educação e segurança, não em eventos que promovem violência contra quem pensa diferente”, escreveu um usuário no Instagram. Até o momento, o governo não emitiu comunicado oficial sobre o caso, o que aumenta a pressão por explicações.
O evento está agendado para as 19h do dia 18 de maio, no Largo Tereza Batista, um espaço tradicional do Pelourinho. A expectativa é de protestos e maior escrutínio público, enquanto a sociedade cobra do governo uma postura que respeite os princípios democráticos e o uso responsável dos recursos públicos. A pergunta que fica é: até que ponto o governo da Bahia justifica financiar um evento que, em nome da “liberdade artística”, cruza a linha do discurso de ódio?
Na última sexta-feira, 2 de maio de 2025, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), causou polêmica ao declarar, durante um evento em América Dourada, que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus eleitores deveriam ser levados “para a vala”. Em discurso na inauguração do Colégio Estadual Professora Nancy da Rocha Cardoso, Rodrigues criticou a gestão de Bolsonaro na pandemia, afirmando: “Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo para a vala.” A fala gerou forte repercussão, com críticas de políticos como Jair Bolsonaro, Nikolas Ferreira (PL-MG) e Leandro de Jesus (PL-BA), que classificaram o discurso como incitação à violência. O deputado estadual Diego Castro (PL-BA) apresentou denúncia ao STF, alegando ameaça à integridade de opositores.
Na segunda-feira, 5 de maio, Jerônimo minimizou a declaração, afirmando que foi “descontextualizada” e que o termo “vala” não teve intenção de desejar a morte de ninguém. Ele pediu desculpas pelo uso pejorativo do termo, destacando ser uma pessoa religiosa e contrária à violência. Apesar da retratação, a fala continuou a gerar críticas nas redes sociais e entre lideranças bolsonaristas, que a consideraram um exemplo de discurso de ódio.
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