O Partido Liberal (PL) anunciou, em 20 de maio de 2025, a exclusão de Fábio Wajngarten, ex-Secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro, de seus quadros. A decisão, tomada após pressão de Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, foi motivada pelo vazamento de mensagens trocadas entre Wajngarten e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. As conversas, reveladas pelo UOL, expuseram críticas à ex-primeira-dama e comentários considerados desleais pela cúpula do partido, gerando uma crise interna no PL, que busca manter a unidade em torno da família Bolsonaro.
As mensagens, datadas de 27 de janeiro de 2023, foram extraídas do celular de Mauro Cid e incluem um total de 158 mil textos e mais de 20 mil arquivos. Nelas, Wajngarten e Cid discutiram a possibilidade de Michelle Bolsonaro se candidatar à Presidência em 2026, caso Jair Bolsonaro fosse impedido de concorrer devido a investigações em curso. Em um trecho, Cid afirmou: “Prefiro o Lula”, ao que Wajngarten respondeu: “Idem”. Além disso, os diálogos continham ironias e críticas recorrentes a Michelle, o que foi interpretado como uma traição por parte de aliados próximos do ex-presidente.
Wajngarten, que integrava o círculo de confiança de Bolsonaro, desempenhava um papel central na defesa do ex-mandatário em investigações relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado. Sua proximidade com a família e o acesso a discussões estratégicas tornavam suas declarações ainda mais delicadas. A divulgação do conteúdo gerou desconforto no PL, especialmente porque o partido tem trabalhado para consolidar Michelle como uma figura política relevante, com potencial para liderar projetos eleitorais futuros.
Em entrevista ao Metrópoles, Jair Bolsonaro tentou minimizar o impacto das mensagens, classificando-as como “besteira” e defendendo a esposa. Ele destacou que Michelle “sempre colocou ordem na casa” durante seu governo, contrastando-a com Janja Lula da Silva, atual primeira-dama. Bolsonaro também argumentou que as conversas, realizadas em um momento em que ainda era elegível para disputas eleitorais, não justificavam as críticas feitas por Wajngarten e Cid. Apesar da tentativa de abafar o caso, a expulsão de Wajngarten sinaliza a intenção do PL de evitar divisões internas e reforçar a lealdade ao projeto político da família.
A saída de Wajngarten também levanta questões sobre o futuro do PL como principal força de oposição ao governo atual. O partido, que se consolidou como base do bolsonarismo, enfrenta o desafio de manter sua coesão em meio a tensões internas e ao escrutínio público decorrente de vazamentos como esse. A relação entre os membros do partido e a família Bolsonaro, que ainda exerce forte influência no cenário político brasileiro, será crucial para definir os rumos do PL até as próximas eleições.
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