Insatisfação de aliados do governo Lula cresce e pressiona por saída de ministérios

A relação entre o governo Lula e seus aliados no Congresso enfrenta turbulências, com crescente descontentamento entre as cúpulas de PP, União Brasil, PSD, MDB e Republicanos
Por: Brado Jornal 30.mai.2025 às 09h44
Insatisfação de aliados do governo Lula cresce e pressiona por saída de ministérios
Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo
A relação entre o governo Lula e seus aliados no Congresso enfrenta turbulências, com crescente descontentamento entre as cúpulas de PP, União Brasil, PSD, MDB e Republicanos. Esses partidos, que juntos indicaram 11 ministros, intensificam críticas à gestão e defendem a entrega de cargos na Esplanada dos Ministérios até o fim de 2025. O movimento reflete as sucessivas derrotas do Planalto no Legislativo e sinaliza um possível alinhamento com a oposição, liderada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, visando as eleições de 2026.

A insatisfação se manifesta em episódios como a rejeição ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), debatido na última reunião de líderes da Câmara, onde parlamentares da base aliada expressaram ceticismo e descontentamento. Outro ponto de tensão é a crise no INSS, com a iminente instalação de uma CPI no segundo semestre para apurar descontos irregulares em aposentadorias, medida que o governo não conseguiu evitar.

Paralelamente, a oposição obteve vitórias, como a suspensão parcial de ações contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado por suposta tentativa de golpe de Estado, e a coleta de assinaturas para um pedido de urgência à anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Pressão pela saída dos cargos

Líderes de partidos aliados têm vocalizado a defesa pelo desembarque. O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, afirmou em entrevista ao GLOBO que “não há sentido” em sua sigla ocupar cargos, já que não apoiará Lula em 2026. Ciro Nogueira, presidente do PP e ex-ministro de Bolsonaro, também pressiona pela saída. No Republicanos, o deputado Lafayette Andrada (MG) destacou que a escolha de Silvio Costa Filho para o Ministério dos Portos e Aeroportos reflete uma decisão pessoal, não do partido, que majoritariamente apoiou Bolsonaro em 2022.

Danilo Forte (União-CE) criticou a articulação política do governo, afirmando que “é mais desgastante estar no governo” e que o União Brasil não deveria ter aderido. MDB e PSD, por sua vez, mantêm posturas menos definidas. Em consulta do GLOBO, 43 parlamentares desses cinco partidos defenderam a entrega dos cargos, 35 foram contrários, e 205 optaram por não se posicionar.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, a articulação política enfrenta dificuldades para garantir apoio a projetos no Congresso. Dos 63 parlamentares consultados, a maioria avalia que a relação com o Executivo não melhorou desde 2023, enquanto 23 veem avanços e o restante considera a situação inalterada.


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