Em um debate realizado na sede do PT em Brasília, nesta segunda-feira (2), o ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, favorito na disputa pela presidência do partido, afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) deve se consolidar como o principal sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, a prioridade da legenda é garantir a reeleição de Lula em 2026, mas o partido precisa estar preparado para liderar o projeto político mesmo após o fim de sua trajetória eleitoral. “O sucessor de Lula não será um nome, será o PT. Um partido forte e organizado construirá os nomes e processos para continuar disputando os rumos do Brasil”, declarou.
Foco na reeleição e no futuro do PT
Edinho, apoiado por Lula e pela corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, destacou a importância da eleição de 2026, que marcará a última candidatura de Lula, então com 81 anos, caso seja reeleito para um quarto mandato. Ele frisou que o pleito será decisivo para consolidar a reconstrução do país após os retrocessos do governo Bolsonaro. “A eleição de 2026 é crucial para dar continuidade ao nosso projeto de nação e à reorganização das políticas públicas destruídas”, afirmou. Mesmo após 2026, Edinho acredita que Lula seguirá influenciando as decisões do PT, ainda que não dispute mais cargos.
Debate com visões distintas
O primeiro debate entre os candidatos à presidência do PT, que terá sua eleição em 6 de julho, contou com a participação de Edinho Silva, o deputado Rui Falcão (PT-SP), o secretário de relações internacionais Romênio Pereira e o dirigente Valter Pomar. A abertura foi feita pelo senador Humberto Costa (PT-PE), atual presidente da legenda, e a mediação ficou a cargo da secretária nacional de Finanças e Planejamento, Gleide Andrade.
Cada candidato apresentou sua visão para o futuro do PT:
Romênio Pereira, fundador do partido, defendeu que alianças para a reeleição de Lula não podem comprometer os valores históricos do PT. “Não podemos abrir mão dos nossos compromissos a qualquer custo. O PT é o principal ator na vitória de Lula em 2026, mas as alianças devem respeitar nossa essência”, afirmou, sem cumprimentar Edinho no debate.
Valter Pomar questionou se o PT de 2029 será um partido socialista ou adaptado ao neoliberalismo. Ele criticou o ministro da Defesa, José Múcio, pelos atos de 8 de janeiro, e condenou o “genocídio televisionado” na Faixa de Gaza, elogiando a postura de Lula, mas cobrando ações mais contundentes.
Rui Falcão, com dificuldade em algumas partes de sua fala, criticou a política de juros altos do ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e propostas de autonomia financeira do BC. “É inaceitável manter taxas de juros elevadas e propostas que desvinculam o BC de políticas públicas”, disse.
Edinho Silva reforçou a necessidade de um PT forte e unificado para 2026 e além, destacando que o Processo de Eleição Direta (PED) definirá uma direção com “missões históricas” para sustentar o projeto político do partido.
Fortalecimento do PT e desafios futuros
Edinho Silva enfatizou que o PT deve se organizar para manter sua relevância no cenário político brasileiro, independentemente da presença de Lula nas urnas. Ele destacou a importância de construir uma base sólida para enfrentar os desafios futuros e garantir que o partido lidere a disputa pelos rumos do país. O debate revelou as diferentes visões internas do PT, mas também o consenso em torno da centralidade de Lula e da reeleição em 2026 como passos cruciais para a continuidade do projeto petista.
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