A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos e 8 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 14 de maio, deixou o Brasil no dia 25 de maio, atravessando a fronteira com a Argentina. Segundo informações do portal Metrópoles, Zambelli saiu de carro em direção a Buenos Aires, passando por Foz do Iguaçu (PR), onde não há controle migratório, o que impediu o registro de sua saída pela Polícia Federal. De lá, a congressista seguiu para os Estados Unidos.
Condenação e crimes
A 1ª Turma do STF condenou Zambelli por unanimidade por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, em ação penal que também réu o hacker Walter Delgatti Neto, da “Vaza Jato”. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), a deputada orquestrou a invasão para emitir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, simulando que ele próprio havia determinado a medida. Delgatti, que confessou ter executado o hackeamento a mando de Zambelli, foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, determinou a perda do mandato de Zambelli, a ser formalizada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, além de inelegibilidade por 8 anos. Contudo, a deputada só perderá o cargo quando não houver mais recursos possíveis no julgamento.
Fuga e pedido de prisão
Zambelli, que ainda possui seu passaporte, não cometeu ilegalidade ao deixar o país, já que saiu antes da conclusão dos recursos de sua condenação. Na terça-feira (3 de junho), a deputada anunciou estar fora do Brasil e informou que solicitará licença não remunerada de seu mandato, com planos de viajar para a Itália, onde tem cidadania. Em resposta, a PGR pediu ao STF a prisão preventiva da congressista, e a decisão agora cabe ao Supremo, com posterior avaliação pela Câmara dos Deputados.
Desdobramentos políticos
A saída de Zambelli do Brasil e sua condenação intensificam o debate sobre a responsabilidade de parlamentares em casos de crimes cibernéticos. A ausência de controle na fronteira com a Argentina também levanta questões sobre a fiscalização de saídas do país em casos sensíveis. O desfecho do caso dependerá das próximas decisões do STF e das ações da Câmara, enquanto a deputada segue no exterior.
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