Mais uma vez, o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) reacende a chama da esperança com a tão falada Ponte Salvador-Itaparica, um projeto que, há 13 anos, não sai do papel. Em entrevista à Baiana FM, nesta quinta-feira (5), o secretário estadual da Casa Civil, Afonso Florence, celebrou a assinatura de um novo acordo para a execução da obra, como se fosse a primeira vez que tal entusiasmo é anunciado. A pergunta que ecoa entre os baianos é: até quando vamos ouvir promessas requentadas sem ver resultados concretos?
Desde 2012, a Ponte Salvador-Itaparica é vendida como a solução mágica para integrar a Baía de Todos-os-Santos, impulsionar o desenvolvimento econômico e melhorar a mobilidade. No entanto, o que se vê é um ciclo interminável de anúncios, acordos e reuniões, enquanto a população continua refém do ferry-boat e das limitações logísticas. Florence afirmou que a obra terá “início imediato” e será executada simultaneamente em Salvador e Itaparica, com tecnologias avançadas e acompanhamento rigoroso do Ministério Público. Mas como acreditar em prazos e promessas quando, em 13 anos, o projeto não passou de intenções e burocracia?
O secretário detalhou planos grandiosos: pilares, aço importado da China, duplicação de estradas e impactos econômicos significativos. No entanto, omite que essas mesmas promessas já foram feitas por gestões anteriores do PT, sem que um único pilar fosse erguido. A homologação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA) e a suposta proximidade do início das obras soam como mais um capítulo de uma novela que cansa os baianos. A duplicação da Ponte do Funil e das estradas regionais, mencionada por Florence, é outro eco de compromissos antigos, que nunca se materializaram.
A gestão petista parece mais confortável em dialogar com comunidades e órgãos fiscalizadores do que em entregar resultados. O discurso de Florence sobre licenciamento ambiental e tecnologias inovadoras não apaga o fato de que o projeto, orçado em bilhões, continua sendo uma miragem. A credibilidade do governo está desgastada: prometer “início imediato” após mais de uma década de espera é, no mínimo, desrespeitoso com a população que anseia por melhorias reais.
Enquanto o PT celebra acordos e faz projeções, a Baía de Todos-os-Santos permanece desconectada, e os baianos seguem aguardando uma ponte que, por enquanto, só existe no imaginário político.
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