Um relatório elaborado por seis auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou sérios problemas na execução do programa Bahia Sem Fome, principal iniciativa da gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT), e na Política de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia. O documento, que analisou ações realizadas entre janeiro e novembro de 2024, será avaliado pelo TCE no início de julho, quando as contas do segundo ano do governo serão julgadas.
Ausência de planejamento e falhas na execução
O levantamento revelou que 90 dos 417 municípios baianos não receberam qualquer ação do Bahia Sem Fome, enquanto 289 foram contemplados com apenas uma ou duas iniciativas. Além disso, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), liderada por Fabya Reis (PT), foi criticada por prometer a entrega de equipamentos, como Casas de Farinha e Mini-Fábricas de Vassoura, sem efetivar a distribuição. Outro ponto destacado foi a inexistência de um Plano de Segurança Alimentar e Nutricional em 2024, o que, segundo os auditores, prejudica a definição de metas, indicadores e a identificação do público-alvo. “A falta de um plano vigente compromete a eficácia das políticas voltadas para a segurança alimentar”, afirmaram.
Condições inadequadas de armazenamento
Os auditores também constataram que equipamentos destinados a cozinhas comunitárias estão armazenados de forma precária no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, em Camaçari, o que pode comprometer sua qualidade e funcionalidade. Essas falhas reforçam as críticas à gestão do programa, considerado um pilar da administração petista.
Julgamento das contas e cenário político
Apesar das irregularidades, fontes indicam que os auditores do TCE emitiram parecer favorável à aprovação das contas do governo Jerônimo, mas com ressalvas. A gestão foi notificada para apresentar esclarecimentos antes do julgamento. Enquanto isso, o cenário político na Bahia ganha destaque com a expectativa para a divulgação de uma nova pesquisa da Quaest, prevista para julho, que avaliará a popularidade do governador e as perspectivas eleitorais para 2026. Em dezembro de 2024, a Quaest já havia apontado desgaste do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e agora os olhares se voltam para o desempenho regional do PT.
Movimentações para 2026
No campo político, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), intensifica sua agenda no interior baiano, com uma visita programada a Ilhéus na próxima semana, sinalizando articulações para as eleições de 2026. O relatório do TCE e o cenário eleitoral aquecem o debate sobre a gestão petista e os desafios para o futuro político da Bahia.
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