Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (10.jun.2025), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) justificou sua decisão de não entregar a faixa presidencial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. Segundo ele, a escolha foi motivada pelo receio de enfrentar uma rejeição pública significativa. “Alguns dizem que muita coisa aconteceu porque eu não passei a faixa. Eu não passei porque eu não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário que está aí”, declarou Bolsonaro durante o interrogatório.
Viagem aos EUA e ausência na transição
Após a derrota nas urnas, Bolsonaro optou por deixar o Brasil em 30 de dezembro de 2022, viajando para os Estados Unidos, onde permaneceu até 30 de março de 2023. A responsabilidade de entregar a faixa recairia sobre o então vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), que também se recusou a participar da cerimônia de posse. A ausência de ambos marcou uma ruptura com a tradição da transição presidencial brasileira.
Investigação sobre tentativa de golpe
O depoimento de Bolsonaro ocorreu no âmbito de uma ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, com o objetivo de impedir a posse do governo eleito. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente de liderar um movimento golpista. Na segunda-feira (9.jun.2025), a 1ª Turma do STF iniciou os interrogatórios dos réus considerados centrais na investigação, apontados pela PGR como responsáveis por coordenar ações de uma organização criminosa voltada a obstruir a transição de poder.
Medo de vaias e impacto político
Bolsonaro afirmou no STF que sua decisão de não participar da cerimônia foi influenciada pelo temor de ser alvo de uma rejeição histórica. “Eu não passei porque eu não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário que está aí”, reiterou, destacando o receio de ser recebido com “a maior vaia da história do país”. O caso segue em andamento no Supremo, com desdobramentos que continuam a gerar debates sobre a condução do ex-presidente durante o período pós-eleitoral.
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