A Prefeitura de Salvador planeja implementar drones de tecnologia israelense e um sistema de câmeras com reconhecimento facial, inspirado no modelo Smart Sampa de São Paulo, para fortalecer a segurança na cidade. As iniciativas foram debatidas na segunda-feira (7) pelo prefeito Bruno Reis, ao lado de gestores municipais, com o objetivo de integrar essas tecnologias ao futuro Centro de Controle Operacional (CCO), em construção no Alto do Cabrito, na Avenida Suburbana.
Embora a segurança pública seja responsabilidade constitucional do Governo do Estado, o prefeito destacou a necessidade de ação municipal. “Infelizmente, a insegurança é hoje o principal problema da nossa cidade, é a principal preocupação das pessoas. Embora a segurança seja constitucionalmente uma responsabilidade do Estado, nós, além de fazermos a nossa parte, estamos assumindo tarefas que não são nossas, mas que vamos assumir para proteger a população”, afirmou Bruno Reis.
O sistema de monitoramento, similar ao Smart Sampa, lançado em São Paulo em julho de 2024, utiliza mais de 26 mil câmeras, sendo 4 mil com reconhecimento de placas de veículos. Em 2025, o programa resultou em 2.746 prisões em flagrante, 1.410 capturas de foragidos, 73 localizações de desaparecidos e 14 casos solucionados envolvendo veículos. Em abril, representantes de Salvador visitaram São Paulo para estudar o sistema, que integra bancos de dados estaduais e nacionais, permitindo ações rápidas com alertas em tempo real.
Além disso, os drones israelenses, já usados em Israel para monitoramento aéreo, serão empregados inicialmente no Centro Histórico, com planos de expansão para áreas como Barra, Rio Vermelho e Itapuã. “A ideia é começar na região do Centro Histórico, e depois ir escalando para outras áreas da cidade como Rio Vermelho, Barra e Itapuã. São drones utilizados em Israel, de última tecnologia, que vão realmente reforçar a segurança a princípio do Centro Histórico, o principal ponto turístico na nossa cidade”, explicou o secretário municipal de Inovação e Tecnologia, Alberto Braga.
Os drones oferecem mobilidade e agilidade no videomonitoramento, ideais para grandes eventos ou áreas de aglomeração temporária. “Nós acreditamos que a tecnologia pode ajudar muito a combater a violência e a proteger a população. Não precisa inventar a roda, basta observar boas iniciativas que são realizadas no Brasil e no mundo. Estamos aqui com dois bons projetos, que são os drones de Israel e o sistema já utilizado em São Paulo. Estamos estudando e esperamos em breve trazer estas tecnologias para Salvador”, complementou Bruno Reis.
O CCO, apelidado de Observatório Inteligente de Salvador, reunirá operações municipais com uso de inteligência artificial e análise de dados para otimizar decisões e atendimentos. A cidade já possui 3,7 mil câmeras de vigilância, e a Prefeitura pretende ampliar essa rede, integrando também câmeras particulares de comércios, residências e condomínios. “Aqui nós já temos 3,7 mil câmeras, mas queremos agora abrir também para as câmeras particulares que queiram aderir ao programa de videomonitoramento de Salvador. Ou seja, câmeras de comércios, de casas particulares, de associações de condomínio, de todas as entidades que têm essas câmeras. A gente poderia integrá-las ao sistema”, destacou Braga.
As tecnologias também auxiliarão na prevenção de crimes como furtos, roubos, invasões a escolas e unidades de saúde, vandalismo, furto de cabos e descarte irregular de lixo. Participaram da reunião o presidente da Companhia de Governança Eletrônica de Salvador (Cogel), Samuel Araújo; o diretor-geral de Segurança Urbana e Prevenção à Violência, Humberto Sturaro; e outros representantes municipais.
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