Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a tentativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de protegê-lo de investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) acabou gerando um efeito contrário, agravando a situação política de Bolsonaro. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Trump anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, justificando-a, “em parte”, pela suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro, exigindo que o julgamento no STF pare “IMEDIATAMENTE!”. A medida, segundo aliados, colocou Bolsonaro em um “buraco” político de difícil recuperação.
A decisão de Trump, vista por setores políticos e econômicos como uma chantagem contra o Brasil, pode aumentar a inflação, o desemprego e comprometer o crescimento econômico do país. Aliados de Bolsonaro lamentam que, sem a menção ao ex-presidente na carta, o impacto negativo da tarifa recairia apenas sobre o governo Lula, possivelmente associado à proximidade do petista com os Brics e suas críticas passadas a Trump. Em vez disso, a ligação explícita com Bolsonaro transformou Lula em um “defensor da pátria” e fortaleceu sua aprovação, conforme apontam pesquisas internas de partidos bolsonaristas e dados divulgados pela Quaest na quarta-feira (16.jul.2025), que indicam maior apoio a Lula mesmo entre eleitores de Bolsonaro.
Partidários do ex-presidente agora buscam estratégias para minimizar o desgaste de Bolsonaro, sugerindo que Trump poderia redirecionar sanções econômicas a figuras específicas, como o ministro do STF Alexandre de Moraes, em vez de penalizar todo o Brasil. No entanto, analistas próximos a Bolsonaro consideram essa possibilidade improvável, já que Trump parece mais interessado em alinhar o Brasil aos seus interesses econômicos globais, usando Bolsonaro como pretexto.
“Trump deu uma carona ao ex-presidente, mas os efeitos foram contrários aos esperados”, afirmou um aliado, destacando que a medida fortaleceu Lula politicamente enquanto ampliou o desgaste de Bolsonaro, que agora precisa se explicar publicamente.A carta de Trump gerou reações no Brasil, com o governo Lula e o Itamaraty preparando uma resposta oficial, enquanto o STF mantém silêncio sobre o caso. A situação também intensificou debates no Congresso, onde parlamentares bolsonaristas tentam articular uma narrativa para desvincular o ex-presidente das consequências econômicas da tarifa.
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