A gestão do prefeito Mário Galinho (PSD), em Paulo Afonso, no Vale do São Francisco, Bahia, está sob escrutínio após a publicação, no Diário Oficial de 25 de julho de 2025, de três atas de registro de preços para aquisição de água mineral, totalizando R$ 1.129.150,00. A denúncia, feita pelo vereador Jailson Oliveira (PP), aponta para um suposto uso indevido de recursos públicos, considerando o volume estimado de mais de 2 milhões de copos de água por ano, equivalente a cerca de 171 mil copos por mês.
Os contratos, destinados à “futura e eventual aquisição de gêneros alimentícios para atender às necessidades do complexo administrativo municipal de Paulo Afonso”, foram firmados com três fornecedores: Manoel Evito (R$ 279.800,00), Melo Distribuidora (R$ 287.350,00) e Sagitário (R$ 562.000,00). A quantidade significativa de água prevista no contrato levantou questionamentos. “A Prefeitura quer abrir comércio para vender água mineral? Já o valor a receber dos servidores demitidos em janeiro, até agora ele não pagou”, criticou um munícipe.
O vereador Jailson Oliveira foi enfático ao condenar a iniciativa: “Nunca vimos, em mais de 30 anos, um desrespeito tão grande com o dinheiro público. O prefeito passa dos limites do descaso e da irresponsabilidade com o cofre público.” A denúncia ganhou força em um contexto de outras controvérsias envolvendo a administração de Galinho. Em junho de 2025, parlamentares já haviam questionado gastos superiores a R$ 4 milhões com atrações artísticas para o São João, enquanto serviços essenciais, como os do Hospital Nair Alves de Souza, enfrentavam precariedades.
No início de seu mandato, em janeiro de 2025, Galinho decretou estado de emergência nas áreas de saúde, educação e desenvolvimento social. A medida permitiu contratações emergenciais sem licitação, com duração inicial de 90 dias, prorrogáveis por igual período, até a realização de processos licitatórios regulares. Essas contratações visavam atender às necessidades operacionais e de gestão de serviços essenciais no município.
A prefeitura de Paulo Afonso ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias relacionadas aos contratos de água mineral, e a questão permanece sob análise de vereadores e da população local, que cobram maior transparência na gestão dos recursos públicos.
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