A jornalista e escritora Miriam Leitão tomou posse na Academia Brasileira de Letras (ABL) em 8 de agosto de 2025, ocupando a cadeira 7, anteriormente pertencente ao cineasta Cacá Diegues, falecido em fevereiro. Eleita em abril com 20 dos 34 votos, Miriam passa a integrar o grupo de 39 membros da instituição.
Em seu discurso, ela destacou a paixão compartilhada pelos livros: “Nós temos o mesmo amor, todas as pessoas que pertencem a essa casa e as que estiveram antes. É um amor que não quer o objeto amado só para si. Prefere o aposto, seduzir mais e mais pessoas para a mesma paixão. Compartilhar, ampliar e difundir. Cada pessoa usando ou não um fardão essa noite, tem o mesmo caso de amor com um livro.”
Miriam também enfatizou a importância da pluralidade: “Merecer os que vieram antes de nós é sobretudo procurar cada vez mais fazer da academia um centro plural do pensamento brasileiro, do qual esse país diverso, negro, branco, indígena, multilíngue, possuído por homens e mulheres das mais diversas origens e de todas as regiões se veja e se reconheça.”
Trajetória de destaque
Nascida em Caratinga (MG), em 7 de abril de 1953, Miriam Leitão é a sexta de 12 filhos de Uriel, pastor presbiteriano e educador, e Mariana, também educadora. Com mais de 50 anos de carreira, passou por veículos como Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, antes de ingressar no Grupo Globo em 1991, onde atua como colunista de O Globo, comentarista no Bom Dia Brasil, GloboNews e rádio CBN, além de apresentar o programa Miriam Leitão na GloboNews.
Aos 19 anos, em dezembro de 1972, grávida, foi presa e processada pela Lei de Segurança Nacional por sua oposição à ditadura militar. Casada com o cientista político Sérgio Abranches, é mãe de Vladimir Netto e Matheus Leitão, além de enteada de Rodrigo Abranches, e avó de Mariana, Daniel, Manuela e Isabel.
Miriam é autora de 16 livros, abrangendo gêneros como não ficção, crônica, romance e literatura infantil. Na ABL, é a 12ª mulher eleita e uma das cinco que compõem o quadro atual. Durante a cerimônia, recebeu o colar da acadêmica Ana Maria Machado e o diploma de Ruy Castro. A comissão de entrada foi composta por Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro e Lilia Moritz Schwarcz, enquanto a de saída incluiu Carlos Nejar, Antonio Torres e Ailton Krenak.
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