O Ministério Público da Bahia (MP-BA) apresentou denúncia contra oito indivíduos envolvidos em um suposto esquema de corrupção e crimes ambientais no Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). A principal acusada, Maristela Tereza de Castro, ex-secretária parlamentar do deputado estadual Vitor Bonfim (PV), aliado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), é apontada como a líder do grupo. Ela também atuou no gabinete do deputado Angelo Almeida (PSB) em 2017 e foi agente administrativa da Comissão Especial de Assuntos Territoriais e Emancipação da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) entre 2008 e 2015.
De acordo com a investigação, entre 2018 e 2024, Maristela, descrita como “lobista” pelo MP-BA, articulava a captação de empreendedores rurais interessados em licenças ambientais obtidas de forma ágil e com menos rigor. Em conluio com servidores do Inema, ela direcionava procedimentos administrativos para agentes que garantiam tramitação rápida e análises menos detalhadas, em troca de vantagens econômicas, prática conhecida como “speed money”. Os valores pagos pelos beneficiários do esquema, segundo o MP-BA, alcançaram pelo menos R$ 16,5 milhões entre 2018 e 2024.
Detalhes do esquema
A denúncia revela que o grupo manipulava processos de licenciamento ambiental, resultando na concessão de autorizações e outorgas em desacordo com a legislação, causando danos ao meio ambiente e à administração pública. Os crimes imputados incluem corrupção ativa e passiva, associação criminosa, crimes ambientais e inserção de dados falsos em sistemas. As investigações, iniciadas em julho de 2024, identificaram servidores públicos, ex-funcionários do Inema e um fazendeiro entre os denunciados.
Documentos do Diário Oficial consultados pelo Bahia Notícias mostram que Maristela assumiu o cargo de secretária parlamentar de Vitor Bonfim em 2018, com variações em sua posição e salário até sua exoneração em 31 de maio de 2025. A assessoria de Bonfim esclareceu que a ex-funcionária não integra mais seu gabinete e destacou que o deputado não é citado na denúncia nem investigado. Angelo Almeida também não é mencionado no processo.
O MP-BA reforça que o esquema violava princípios de moralidade e impessoalidade, prejudicando a gestão ambiental no estado. A tramitação do caso teve início na 1ª Vara Criminal Especializada de Salvador em junho de 2025.
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