Um disparo de arma de fogo atingiu a sede do União Brasil em Salvador, localizada em um prédio na Avenida Garibaldi, no domingo (31). O projétil, identificado como uma bala perdida, estilhaçou a porta de vidro da entrada e ficou alojado na porta do elevador, que estava fechado no momento. O incidente, que não deixou feridos, foi destacado pelo vice-presidente nacional do partido, ACM Neto, como um evento que poderia ter resultado em tragédia.
“Se fosse qualquer dia útil da semana, uma pessoa poderia ter morrido porque o prédio é muito movimentado”, afirmou ACM Neto. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ele mostrou os danos causados, incluindo a porta de vidro quebrada, substituída temporariamente por uma estrutura de madeirite, e a marca deixada pelo projétil na porta do elevador. Além da sede do partido, o edifício abriga escritórios de outras legendas e clínicas, o que aumenta o fluxo de pessoas no local.
A Polícia Militar informou que não foi acionada para atender a ocorrência, enquanto a Polícia Civil orientou que mais detalhes fossem buscados com a PM. O caso, segundo ACM Neto, reflete a escalada da violência na capital baiana. “O que aconteceu no prédio onde funciona a sede do União Brasil, infelizmente, é a realidade em Salvador”, disparou.
Violência crescente em Salvador e na Bahia
Dados do Instituto Fogo Cruzado reforçam a gravidade da situação. Entre 1º de janeiro e 11 de agosto de 2025, foram registrados 1.019 tiroteios em Salvador e na Região Metropolitana, resultando em 835 mortes e 206 feridos. Na sexta-feira (29), outro episódio de violência marcou a cidade, quando uma perseguição policial a um suspeito de assaltos na Avenida Paralela terminou com a captura do indivíduo após mais de 30 minutos de buscas em um córrego próximo à Estação Imbuí do metrô.
A insegurança não se limita à capital. “É a realidade em todas as cidades da Bahia, o estado mais violento do Brasil. Os baianos estão amedrontados, com razão”, alertou ACM Neto. Ele atribuiu o aumento da violência à gestão do governador Jerônimo Rodrigues. “A violência, reflexo da omissão e fracasso administrativo do governador Jerônimo Rodrigues, está nos espaços públicos e privados, nas ruas e avenidas das cidades, até no Centro Administrativo, onde o governador dá expediente. Uma vergonha que a Bahia tenha se transformado no paraíso dos bandidos”, criticou.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, divulgado em julho, a Bahia tem cinco cidades entre as dez mais violentas do país. Quando a análise considera os 20 municípios com mais mortes violentas, o estado soma nove cidades. Um relatório internacional do Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal, publicado um mês antes, apontou que duas cidades baianas estão entre as 50 mais violentas do mundo.
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