O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou apaziguar os ânimos de aliados após a federação União Progressista, formada por União Brasil e Progressistas (PP), anunciar sua saída da base governista. Em um gesto descontraído, Lula estendeu a mão durante uma conversa com correligionários, afirmando que “não estava tremendo” e que a decisão não o abalou, conforme relatos. A atitude foi uma tentativa de demonstrar serenidade diante da crise política desencadeada pela ruptura.
A cúpula da federação determinou que parlamentares com mandato que ocupam cargos no governo, como os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), devem deixar seus postos até 30 de setembro, sob risco de expulsão. A decisão reflete tensões acumuladas, já que setores desses partidos vinham votando contra projetos do governo no Congresso, mesmo enquanto ocupavam cargos na Esplanada dos Ministérios. Lula, por sua vez, minimizou os impactos práticos, destacando que a postura de parte dessas legendas já era de oposição em diversas ocasiões.
Apesar do tom leve, interlocutores do presidente reconhecem que o desembarque pode complicar a articulação política no Congresso, onde o governo já enfrenta dificuldades por contar com uma base reduzida. Com a saída de União Brasil e PP, a base oficial do governo ficaria com cerca de 259 deputados, apenas dois acima da maioria simples necessária para aprovar projetos. O movimento ocorre em um momento delicado, com o Planalto apostando em medidas econômicas e sociais para recuperar popularidade.
A decisão da federação foi anunciada em 2 de setembro, em pronunciamento liderado pelos presidentes do União Brasil, Antônio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira. “Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal. Em caso de descumprimento, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas punições disciplinares previstas no estatuto”, declarou Rueda. A medida formaliza a transição da federação para uma postura de independência ou até oposição ao governo.
Lula tem buscado manter o diálogo com lideranças políticas para garantir apoio em votações prioritárias, mesmo com a saída formal das duas legendas. A relação com União Brasil e PP já apresentava atritos desde o início do mandato, agravados por cobranças públicas do presidente para que ministros defendessem a gestão. Apesar disso, alguns parlamentares avaliam que o impacto nas votações pode ser limitado, já que deputados desses partidos ainda podem negociar emendas para apoiar o governo em pautas específicas.
📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO e receba os principais destaques do dia em primeira mão
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...